adios amigos
Há 10 anos
Tchim, tchim ao efémero. Ver, cheirar e sentir
Inaugurou a 75ª Bienal do Whitney Museum que traz algumas novidades. Comissariada por Francesco Bonani reúne 55 artistas com vantagem para as mulheres que estão em maioria. Destaco a afro-americana Loraine O`Grady, 75 anos, que propõe a instalação-vídeo The first and the last of the modernists onde associa Beaudelaire e Michael Jackson como membros de uma miscigenada família. E ainda Tam Tran (23 anos) de origem vietnamita que apresenta fotos do seu sobrinho de quatro vestido com "um fato perturbador", segundo o curator.
Está a ser ouvido na Comissão de Ética da Assembleia da República. Mas que grande lábia, muito ao estilo do vendedor de automóveis de província. Não lhe comprava nem um carro em segunda-mão. Conversas privadas, conversas privadas... e repetidos preliminares. O boy Rui Pedro Soares, um mogul à portuguesa, parece ter abatido uns quilos, deve ter ido ao Dr. Póvoas.
Vestir Yamamoto é quase um acto de fé, uma declaração de princípios. Para o estilista japonês, o equilíbrio vem da assimetria. Nada de jóias, diz que não suporta a mínima decoração sobre um corpo. Estou tristíssima. As duas lojas de Yohji em Nova Iorque fecharam este mês, tal como as de Paris e Antuérpia. Parece que estava atolado em dívidas. Apresentou na Semana da Moda de Nova Iorque a colecção Y-3 para o Outono -Inverno 2010, produto do contrato que ainda mantem com a Adidas.
O deputado do PCP pelo distrito de Évora merece um Óscar pela seriedade, a compenetração, a atitude positiva com que desempenha o seu trabalho. Sem agressividade nem exibicionismos faz o que lhe compete. Bem diferente do representante do Bloco de Esquerda que não se cansa de tecer comentários demagogicamente correctos. Quando Felícia Cabrita disse que não era feminista, pois não precisava dessas bengalas, aproveitou logo para enaltecer o papel do movimento feminista na história da humanidade. Patati, patatá. O evangelista de serviço não percebeu nada. Mais importante seria registar o facto de andarem a espalhar que a jornalista do "Sol" ia para a cama com um batalhão de magistrados e de Pêjotas. Assim, obteria as informações. É sujo. Conversa de caserna.
É constrangedor ver a actriz na Comissão de Ética com risinhos tontos e sempre a cochichar ao ouvido do colega do lado como se estivesse na escola primária. Péssima actuação, se fosse fazer uma audição no Actors Studio estava reprovada. Ah, já agora podia cuidar da pele. O aproximar das câmaras revela um rosto com muitas borbulhas.
Tenho assistido ao desmoronar de um estilo político. O barco dos socialistas mete água por todos os lados e a uma velocidade enlouquecida. As conversas na Comissão de Ética da AR não servem para nada, mas mostram quem é quem. Felícia Cabrita, com o diabinho da ex-maoista a saltar-lhe cá para fora e os ovários bem no sítio, deu um grande baile aos representantes do PS que se mexiam nas cadeiras incomodados. Semblantes carregados, insistem em perguntar quem são os accionistas do "Sol" como se escondessem um trunfo na manga. Será que querem falar de Joaquim Coimbra que andou metido no BPN? Francamente, desembuchem.
Entre 18 e 21 de Fevereiro decorre em La Lonja e La Nave de Terneras da Junta Municipal de Arganzuela, Madrid, uma feira de arte contemporânea dirigida aos artistas jovens com propostas inovadoras. É uma alternativa à ARCO que está cada vez mais entediante. Participam 32 galerias, sendo 14 espanholas e oito estrangeiras. Portuguesas há duas, Lisboa 20 de Miguel Nabinho e 3+1 Arte Contemporânea. No plano da curadoria destacam-se Miguel Amado e Filipa Oliveira.
Na obra deste jovem artista afro-americano são reconheciveis as influências dos pintores alemães da Leipzig School, em particular de Neil Rausch e Daniel Ritcher. Também tem uma série de trabalhos onde paira a sombra das fotografias de Larry Clark. A verdade é que Noah Davis só tem 26 anos. Estudou na Cooper School of Art de Nova Iorque. Conviveu com Dash Snow nas ruas grafitadas da East Village e, actualmente, vive em Los Angeles.
Com um frio de morrer e algum desalento está decorrer a Semana da Moda em Nova Iorque. Na primeira fila, Caleb e Jared Followill assistiram ao desfile da Mercedes-Benz. Certinhos e bem comportados, representam a quarta geração do rock. Depois da ressaca do punk, dos malabarismos sonoros de David Bowie e Brian Eno, da música sintética dos Kraftwerk, sabe bem escutar a simplicidade dos Kings of Leon.
O último número desta interessante revista está focado na competição dos arranha-céus do futuro. São apresentados 30 projectos inovadores de arquitectos com peso como Jean Nouvel, Morphosis, Hersog & de Meuron e etc. Há ainda um texto de Carol Willis, fundador e director do Skycraper Museum of New York.
Fui ao lançamento do livro A Última Crónica, uma edição da Aletheia, e diverti-me imenso. Estava lá meio mundo da política, em particular do PSD e do CDS, mas também apareceram alguns socialistas como Vítor Ramalho e António José Seguro que não morrem de amores pelo chefe. Além de Manuela Moura Guedes marcaram presença diversos jornalistas da SIC. Nem sequer faltou Nuno Santos. Repito: Nuno Santos. Quanto a José Sócrates o mau da fita ficou, e muito bem, com as orelhas a arder. O major Tomé, companheiro de Mário Crespo na guerra colonial, fartou-se de aplaudir. Vale a pena destacar um momento. Foi quando o autor contou que os donos da Ongoing não gostaram nada da repetida e inocente pergunta feita no jornal das nove aos convidados do frente a frente. Mas afinal o que é a Ongoing? Eu, francamente, não sei. Alguém quer fazer o favor de me explicar direitinho?
foto José Carlos Carvalho

Paulo Teixeira Pinto apresentou na Biblioteca Nacional a sua Babel, "uma pequena empresa com uma grande missão". Elaborou um discurso curto, convocando a matemática, sobre a parábola da quadratura ou o quadrado perfeito (3x3=9) configurado pelas nove chancelas reunidas na editora que conta com um extenso conselho editorial onde se distinguem figuras como Eduardo Lourenço, Guta Moura Guedes, Delfim Sardo, Manuel Maria Carrilho, Ricardo Pais, Joana Amaral Dias, João Botelho, Vasco Graça Moura e muitos outros "arautos da cultura nacional". João Lobo Antunes, no papel de conselheiro, quando subiu ao palco falou do PIB. "Não é esse que estão a pensar, refiro-me ao Produto Intelectual Bruto". Mas além das palavras, evadas de um virtuosismo retórico e metafórico, também a um micro filme assinado por Paulo Seabra. Há ainda uma boa notícia, pelo menos para mim, que aprecio muito a Dalila Rodrigues. Pois vai ser responsável pelo sector das artes. Gostei.
Inaugurou no Centro Arts Dos de Mayo (Madrid) a mega exposição Sonic Youth etc: Sensational Fix centrada nas práticas culturais das últimas quatro décadas da downtown nova-iorquina. Rebelião juvenil, moda, sexualidade, rock alternativo...e noise. A banda de Thurston Moore formou-se em 1981. Entre o underground e o mainstream combina uma atitude rebelde, herdada do punk, com a musica experimental. A mostra, além das capas dos discos, fotografias, fanzines e dos posters, conta com obras de sucessivas gerações de artistas plásticos, cineastas e músicos. Mike Kelley, Todd Haynes, Raymond Pettibon, Alan Vega, Steven Parrino, Gus Van Sant, Patti Smit, Gerard Malanga, Cindy Sherman e Sun Ra são alguns dos inúmeros participantes.