quinta-feira, 30 de abril de 2015

Joey Bada$$


Protestos em Manhattan

Mais de 100 pessoas foram presas ontem à noite durante os protestos em Manhattan contra a morte de Freddie Gray, o rapaz de Baltimore. Os manifestantes, reunidos na Union Square, exibiam cartazes que diziam Blue Lies Matter e Broken Windows Severs Spines. Os polícias mostraram-se muito agressivos. Política de tolerância zero. O rapper Joey Badass (agora Bada$$), nascido em 1995 em Brooklyn) foi visto na frente da marcha, segurando um cartaz que dizia: "Eu sou "Freddie Gray." Está aqui na última fotografia com um blusão azul da Adidas e boné Pro Era.

Mulher na Publicidade

A Jack Shainman Gallery de Nova Iorque apresenta até 23 de Maio uma exposição com o título de Unbranded: A Century of White Women (1915-2015) do artista afro-americano Hank Willis Thomas que reuniu 100 anúncios com mulheres. As frases e os logótipos foram apagados digitalmente. As imagens sem marca propõem uma reflexão sobre a objectivação da mulher, além de questões de poder e sexualidade na publicidade americana.

Sem disfarce

Na edição de Maio da Elle Brasil comemoram-se os 27 anos de publicação da revista. Na capa da edição histórica para a tablet aparece Juliana Romano, jornalista, bloguer e tamanho grande assumida, meio nua e totalmente descontraída. Sem Photoshop para disfarçar as gorduras.

Suicídio de Hitler

No dia 30 de Abril de 1945, Hitler suicidou-se com a sua amante Eva Braun num bunker de Berlim. Faz hoje 70 anos. O escritor Thomas Mann, exilado nos Estados Unidos desde 1939, escreveu um artigo com o título Address to the German People que foi publicado na revista americana The Nation em 12 de Maio de 1945 onde dizia que a grandeza do povo alemão não tem nada a ver com o poder.

Cabrita Reis

Até 9 de Maio, o Arts Club of Chicago apresenta uma exposição de Pedro Cabrita Reis com o título de 7 Lines onde o artista português brinca com a arquitectura do edifício concebido por Mies van der Rohe e mais tarde redesenhado por John Vinci. O diálogo entre o espaço e as obras dispostas no cenário arquitectónico confunde o público. No catálogo vem mencionado que Cabrita Reis é visto como um "bricoleur".

Comunidade artística

 O mayor de Nova Iorque anunciou ontem um plano para construir 1500 estúdios com preços acessíveis aos artistas ainda em início de carreira. "Nós sabemos que esta cidade é um lugar lendário onde vivem pessoas vindas de todo o mundo com o sonho de criar aqui alguma coisa. Muitos criaram coisas extraordinários e ajudaram-nos a fazer uma vibrante capital global. Não podemos permitir que os artistas vivam fora de NY. Eles são importantes para alma da cidade, para os bairros e a economia", disse Bill de Blasio. O plano é parte de uma estratégia do Departamento de Habitação Preservação e Desenvolvimento e do Departamento dos Assuntos Culturais que contribuem com 3 milhões de dólares anuais. Há ainda mais 3 milhões provenientes de doadores privados. A falta de habitação a preços abordáveis não é um problema novo. Existem poucos projectos municipais destinados aos 53 mil artistas que buscam habitação, o mais conhecido continua a ser Westbeth Artists Community no West Village que recebeu os seus primeiros inquilinos no ano de 1970.

Paisagens literárias

O escritor turco Orhan Pamuk disse numa entrevista ao The Guardian que sempre sonhou ser um pintor famoso. Se possível, como Anselm Kiefer de que é um grande admirador. Relatou ao jornal britânico como conheceu o artista alemão num jantar combinado em Paris. Desenhava desde os sete anos e ainda chegou a ter um pequeno estúdio em Istambul. De resto, este Prémio Nobel da Literatura além de ter escrito um livro com o título Museum of Innocence inventou um museu real. Concorda com Kiefer que a "arte é difícil, não é um entretenimento". De resto, o crítico Kriston Capps escreveu que a "arte espectáculo está totalmente em desacordo com o debate cívico na América". Critica os mega museus, desenhados por arquitectos estrelas, onde só entra uma minoria de artistas até porque não podem competir com a escala desmesurada dos edifícios. "Se os museus se estão a tornar parques de diversão onde vamos pendurar a arte?", pergunta Joel Kuennen num artigo onde refere o escândalo da retrospectiva de Björk, do doutoramento de Kanye West e da performance de Abramovic no MoMa. Misturar arte com celebridades sem mais nada, não parece ser uma boa ideia.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Som de Istambul


Too Much

Marc Faber: "In 1980, China consumed 2% of the world's industrial commodities. By 2000, it was 12%, and now it is 47%. Now the growth in China is obviously slowing down. But if you look at the U.S., there were 19 recessions during the 19th century, then the Civil War, World War I, the Great Depression, World War II, the Korean War, the Vietnam War, and the country continued to grow.
So, I wouldn't be too worried about the problems in China for the near term. I think it's solvable. Hopefully, it is painful because the society needs some pain from time to time, then the economy takes off again..."

Bruce LaBruce

Até 2 de Maio, o MoMa apresenta uma retrospectiva dos filmes do canadiano Bruce LaBruce que recordou alguns episódios de contestação. Atraiu manifestantes em Londres, teve obras proibidas na Austrália e bombas lançadas contra a galeria onde tinha uma exposição em Madrid. É um artista polémico. Na estreia de Up With Dead People, apresentado no Sundance Film Festival em 2008, mais de meia centena de pessoas abandonaram a sala. Mas, apesar de tudo, é um sucesso internacional. Thomas Beard, curador do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque afirmou: "Numa época em que o cinema estranho se tornou cada vez mais integrado, os seus filmes transgressivos na forma e no conteúdo são uma alternativa vibrante".  A retrospectiva abriu com Gerontophilia, uma comédia romântica que teve um orçamento de 1 milhão de dólares e onde não há cenas de sexo. LaBruce diz que "queria chocar as pessoas, fazendo um filme que não é chocante".

Empire State

Na próxima sexta-feira à noite (1 de Maio), o Empire State Building será iluminado de forma espectacular por projecções de pinturas de Andy Warhol, Mark Rothko, Jasper Johns e outros artistas célebres cujas obras fazem parte do acervo do Whitney Museum. De acordo com o New York Times, esta galeria de arte transitória destina-se a celebrar a inauguração do novo edifício do museu, desenhado por Renzo Piano, e marcar o 84 aniversário do Empire State. O projecto que conta com 12 pinturas vai ser dirigido por Marc Brickman.

Kurt Cobain

O primeiro trailer do documentário Montage of Heck sobre a vida de Kurt Cobain (com material inédito cedido pela família) foi divulgado esta semana. Entre estes materiais inéditos está uma música nunca divulgada do líder dos Nirvana com a duração de 12 minutos. Frances, filha de Cobain com Courtney Love, é a produtora executiva do filme que foi realizado por Brett Morgen.

Christophen Bollen

No dia 6 de Maio, Chistophen Bollen, editor chefe da revista Interview que foi fundada em 1969 por Andy Warhol, lança o seu segundo romance com o título de Orient. É uma narrativa de suspense, um thriller galvanizante que se passa numa pacata povoação de Long Island, cujo futuro está ameaçado pela chegada dos ricos de Manhattan e de jovens artistas com projectos no imobiliário local. O autor nascido no Cincinnati em 1975 e graduado em Literatura Americana na Columbia University, tenta mostrar um certo lado negro da sociedade americana.

Naturezas mortas


A fotógrafa Brittany Wright organiza meticulosamente vegetais e frutas e clica-os. Uvas, cenouras, laranjas e limões dispostos em fileiras produzem um efeito visual muito apelativo.

Arte Caldas da Rainha

​Nas Caldas da Rainha, a arte deixa-se ver. Até 2 de Junho todas as terças feiras a partir das 22 horas. São 4 exposições que acontecem no Espaço Concas, Museu António Duarte, Atelier 6 no Centro de Artes e Hotel Madrid.


terça-feira, 28 de abril de 2015

Cai Guo Qiang

O artista chinês Cai Guo Qiang foi entrevistado pelo Wall Street Journal. No seu atelier de dois andares em Manhattan falou dos projectos que tem para o próximo Verão. Vai participar na Bienal de Havana, inaugura duas exposições individuais no Japão e uma instalação com o artista conceptual Peter Hutchinson feita de pedras e flores plantadas. Nascido em 1957 cresceu em Quanzhou no tumulto da Revolução Cultural. Na década de 1980, "o clima social era muito repressivo e como um jovem rebelde, quis fazer algo de corajoso", disse. Em 1995 mudou-se para Nova Iorque onde ainda vive. Desloca-se com frequência à China para visitar a família e, apesar do seu trabalho ser crítico das políticas chinesas, já representou o seu país em eventos internacionais de arte como a Bienal de Veneza e dirigiu os efeitos especiais nas cerimónias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de 2008.

Discordâncias

Este ano, a gala anual do PEN American Center marcada para Maio já originou polémica. Segundo relatou a Associated Press, os escritores Teju Cole, Rachel Kushner, Taiye Selasi, Peter Carey, Michael Ondaatje, e Francine Prose, que iriam ser hospedeiros do evento, desistiram de desempenhar esse papel por não concordarem com o plano da organização que se propõe atribuir um prémio ao Charlie Hebdo. Os seis escritores criticaram a revista satírica francesa, argumentando que a paródia da religião é uma "bofetada na cara da comunidade muçulmana estabelecida em França". Grande parte da elite literária manifestou o seu apoio ao Charlie Hebdo, mas houve outros que não gostaram da "glorificação mainstream da publicação". A escritora americana Deborah Eisenberg escreveu uma carta ao director do do PEN onde sublinha. "A liberdade de expressão é uma designação muito ampla. Qualquer coisa pode ser expressa e só porque é expressa não garante que tenha força ou significado".

Catálogo Dada

O catálogo de uma exposição Dada, realizada em 1953, foi desenhado por Marcel Duchamp. Feito de uma página para ser esmagada e atirada no lixo, tem as 212 obras listadas que estiveram expostas na Sidney Janis Gallery de Nova Iorque. Incluía, além de Duchamp, artistas como Max Ernst, Hans Arp, Tristan Tzara, Man Ray e outros. O layout do catálogo recorda os readymades do autor do Fountain. Estes posters modernistas vão ser leiloadas entre 2 e 7 de Maio no Swann Galleries (104 East 25th Street, Manhattan).

Outro lado dos protestos

Depois de uma série de violentos protestos em Baltimore, com 144 incêndios e alguns feridos, o governador de Maryland declarou o estado de emergência e solicitou a colaboração da Guarda Nacional. Mas esta manhã, as ruas da cidade estavam tranquilas e muitas pessoas pegaram em vassouras e ajudaram a limpar os escombros. São o outro lado dos protestos. Sobretudo afro-americanos.

Mãe de Baltimore

Uma mãe arrastou o filho, vestido de negro total, do caos dos protestos que eclodiram em Baltimore na sequência da morte de Freddie Gray. Enquanto lhe batia, perguntava com uma voz dura: What`s Wrong with you?

Gisele na Vogue

A Vogue Brasil faz 40 anos e Gisele Bündchen faz 20 anos de carreira. Agora, a modelo de topo surge nua na capa da revista para comemorar estes dois significativos factos. Bela e nua, fotografada pela dupla Inez van Lamsweerde e Vinoodh Matadin em P&B.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Um sacrilégio

Eu nunca tinha ouvido falar de Gerty Molzen, mas descobri se tratava de uma actriz alemã com alguma fama. Cinco anos antes da sua morte em 1990, com a idade de 84 anos, alguém a convenceu a fazer covers de músicas populares. Uma delas foi Walk on the Wild Side que é considerado um hino da transgressão. Os fãs de Lou Reed não gostaram nada da ideia. Ou melhor, do sacrilégio.

Negritude

Obras de arte, na maioria de artistas afro-americanos, são imediatamente reconhecíveis na magnífica série Empire que é ambientada no universo do hip-hop. Desde as pinturas de Kehinde Wiley, em particular Le Roi à la Chasse que vemos na sala de jantar da mansão do patriarca Lucious Lyon, o perfeito cenário das lutas pelo poder, ao jovem artista de Detroit Jamea Richmond Evans. Há ainda vários Basquiat, uma Kara Walker no quarto das crianças e trabalhos de outras figuras que reflectem a negritude contemporânea americana. Muitas das peças falam por si como o retrato de um homem negro com o cabelo em forma do continente africano. Eu assisto ao enredo shakesperiano da série com o olho nas paredes. Vale a pena lembrar que a fantástica Cookie Lyon considera horrorosamente "feio" o quadro de Klint. Um deslavado "branquelas".

The Artist is Absent

Este documentário com o título de The Artist is Absent, que foi apresentado no Festival de Cinema da Tribeca, em Nova Iorque, é sobre o designer de moda Martin Margiela. O autor do filme, Alison Chernick, centra-se na carreira e na estética do estilista ancorado que nunca apareceu nos desfiles nem nunca se deixou fotografar. Um homem brilhante e misterioso que prefere o silêncio e o anonimato. Um criador de moda sem glamour, sem imagem, sem ego. A crítica Suzy Menkes chama-lhe a "Greta Garbo da moda"

Whitney Museum

Inaugura no dia 1 de Maio o novo Whitney Museum, concebido pelo arquitecto Renzo Piano, no trepidante e turístico Meatpacking District. A exposição de abertura é uma selecção das obras da colecção permanente do museu. Tem o título de America is Hard to See, tal como o poema de Robert Frost que imagina a decepção de Colombo quando chegou à América. Na imagem de cima vemos um trabalho do artista David Salle.

domingo, 26 de abril de 2015

Irvine Welsh

O escritor britânico Irvine Welsh afirmou numa entrevista ao Independent criticou o facto da universidade no Reino Unido ser demasiado cara. As propinas fixadas pelo governo atingem 9000 libras por ano, o que leva muitos estudantes a acabar o curso com dívidas de 30 mil libras. Cinco por cento dos alunos disseram que recorreram ao trabalho sexual para cobrirem os custos, enquanto outros se inscreveram nos testes médicos. O autor do livro Trainspotting disse que se fosse agora para a universidade, optaria por vender cocaína. Acha que os estudantes foram esquecidos pelo governo e vê oportunidades limitadas no campo da educação. Os trabalhistas prometeram reduzir as propinas para 6000 libras, mas os conservadores vão deixar tudo na mesma.

Currin & Feinstein

Há quem diga que são o Jackson Pollock e a Leo Krassner dos tempos modernos. O pintor John Currin e a escultora Rachel Feinstein tornaram-se um casal relevante na cena artística de Nova York desde que se encontraram pela primeira vez em 1994. As pinturas dele custam milhões de dólares e entre os coleccionadores incondicionais do seu trabalho distinguem-se magnatas como Aby Rosen e James Frey. Quanto a ela, com a sua beleza sofisticada, protagonizou a campanha publicitária de Marc Jacobs em 2004 e seis anos depois participou como modelo no desfile de Tom Ford incluiu-a em seu show de 2010. Belos, talentosos e ricos.

Killer Mike

Um dia depois de falar com alunos do MIT sobre relações raciais, o rapper Killer Mike viajou até Washington DC para participar no Jantar dos Correspondentes da Casa Branca. Este encontro anual de jornalistas, celebridades e políticos que se realiza no Washington Hilton Hotel é um dos eventos mais exclusivos e importantes do ano. Killer Mike passou a maior parte de sua carreira a protestar contra as injustiças que assolam os Estados Unidos e uma cultura elitista. É um dos activistas sociais mais bem visto do hip-hop.

Marlene Dumas


Até 10 de Maio encontra-se na Tate Modern de Londres uma retrospectiva da artista sul-africana Marlene Dumas com o título de The Image As Burden que remete para um óleo sobre tela onde está representada uma figura masculina carregando uma figura feminina. Com pinceladas intempestivas cria imagens carnais, mas sem nenhuma narrativa. Não é uma pintura académica, transcende essas leituras apressadas. Partindo de fotografias, utiliza técnicas semelhantes às de Gerhard Richter.


Debris

A James Fuentes Gallery de Nova Iorque (Lower East Side) apresenta uma exposição colectiva com o título de Debris, inspirada no icónico David Wojnarowicz que vai ser objecto de uma retrospectiva no Whitney Museum. Participam vários jovens artistas que evitam o politicamente correcto em voga. Apostam numa combinação de cores fortes, nos retratos culturais e objectos retirados da paisagem urbana. (Imagem David Wojnarowicz, Cal-Factory Face, 1984

Robots

"Software innovation, together with 3D printing technologies, will open the door to those workers who are educated enough to participate; for everyone else, however, it may feel as though the revolution is happening elsewhere. Indeed, the factory of the future may be 1,000 robots and one worker manning them. Even the shop floor can be swept better and cheaper by a Roomba robot than by any worker...(Nouriel Roubini)

Music Festival

O Music Festival da revista Pitchfork realiza-se em Julho no Union Park de Chicago. Durante dois dias (17-19). Os New Pornographers vão lá estar.