terça-feira, 12 de julho de 2016

Livraria em Teerão


O governo iraniano anunciou que vai abrir a maior livraria do mundo. De acordo com o Guinness Book of World Records, este título pertenceu à Barnes & Noble de Nova Iorque. Infelizmente, o espaço da Quinta Avenida fechou em 2014. Mahamoud Salahi, o chefe da Arte e Cultura do município de Teerão, anunciou que Bagh-e-Ketab (a Orchard Book / Garden) irá ter 45,000 metros quadrados. Esta livraria, mais dirigida a uma clientela jovem, incluirá um auditório para espectáculos de teatro e departamentos de pesquisas para os professores universitários realizarem workshops e sessões de estudo. O município já gastou mais de 3 milhões de dólares no projecto. A ideia é incentivar a leitura. Mas a falta de interesse dos iranianos na leitura de livros impressos tem a ver com a censura. O Irão é um dos 10 países do mundo mais censurado. A publicação de livros tem de submeter a uma burocracia kafkiana. Os livros devem ser apresentado ao Ministério da Cultura e Orientação Islâmica onde verificam se o texto segue as regras e os regulamentos da República Islâmica. Beijos e cenas de dança, bem como qualquer menção de álcool, foram alteradas na tradução persa da série Harry Potter. Às vezes, capítulos inteiros são removidos e certos livros nunca chegam a ser impressos. Desde a chegada ao poder do presidente Hassan Rohani em 2013 registaram-se algumas melhorias na cultura. Foram levantadas as proibições de determinados livros e filmes, como Ter e não Ter de  Ernest Hemingway, Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago ou Rapariga com Brinco de Pérola de Tracy Chevalier.

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