domingo, 29 de junho de 2014

Hassan Blasim

O livro Iraqi Christ do cineasta e escritor iraquiano Hassan Blasim ganhou um prémio britânico. Já tinha publicado The Exhibition Corpse: And Others Stories of Iraq, uma obra sobre os horrores no seu país nos últimos 50 anos. "Não há violência pior do que a violência no Iraque. Tem um pesadelo de violência e terror. Nos últimos 50 anos o Iraque tem vivido um pesadelo de violência e terror", disse numa entrevista concedida na Finlândia onde vive exilado desde 2004. Nascido em 1973, cresceu numa família xiita de Kirkuk com nove irmãos. O pai pertencia ao Exército e a mãe era analfabeta. Estudou na Academia de Artes Cinematográficas de Bagdad. Algumas das suas curtas-metragens foram premiadas, o que chamou as atenções da polícia secreta de Saddam Hussein. Em 1998 fugiu para o Curdistão onde, sob um pseudónimo fez um filme de poucos recursos. "Eu não era um activista político nessa época porque o ditador era tão cruel e brutal que ninguém podia criticar ou reclamar. Senti-me inútil e vazio", acrescentou. Os seus heróis literários são Kafka, Calvino e Borges. "O mundo árabe está cheio de corrupção, na época das ditaduras e no tempo da anarquia. Uma corrupção que existe só na política e na economia, mas também no campo da actividade criadora. Há uma elite que controla os festivais, os jornais e os comentários", sublinhou.

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