quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Robert Crumb


Não gosto de humoristas nem de cartoonistas. Mas Robert Crumb é um caso especial. Robert Hughes, o crítico de arte da revista Time, chamou-lhe o "Bruegel dos quadradinhos". Faz parte da verdadeira contra-cultura americana, a não comerciável, que o meu metabolismo absorveu. Actualmente encontra-se uma exposição dos desenhos do genial autor do Fritz the Cat no Museu Ludwig, em Colónia. Nos últimos 20 anos, este americano nascido em 1943 em Filadélfia vive desterrado numa pequena povoação de França. Escapa a quaisquer rótulos políticos os religiosos. Algumas feministas acusam-no de misoginia. Talvez seja só um pouco neurótico. Viveu a cultura hippie de Haight-Ashbury, em San Francisco, e abusou do LSD. "Na época eram todos fraudes. Os falsos gurus, os activistas de esquerda carismáticos...Timothy Leary era um grande falso", afirmou numa entrevista. Simpatizava com o movimento Weather Underground, mas depressa se decepcionou. "Muitos desses grupos de extrema esquerda tornaram-se irremediavelmente doutrinários. Rígidos e dogmáticos, portanto pouco atraentes. A vida não é assim tão simples ... quando as pessoas começam a vomitar doutrina marxista à minha volta, eu logo desapareço". Admira as pinturas Thomas Hart Benton cuja autobiografia é realmente interessante onde relata as suas viagens por toda a América, indo ao encontro de agricultores e trabalhadores como fez como Woody Guthrie.

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