sábado, 12 de novembro de 2016

The Redneck


Lembrei-me de reler o livro The Redneck Manifesto que comprei em 1997 em Nova Iorque. O autor, Jim Goad, tinha sido entrevistada para a revista Cups que se encontrava nos cafés do East Village que eram frequentados ainda por uma comunidade da contra-cultura. A obra, bem escrita e com um humor ácido, era uma defesa bem fundamentada do grupo social mais caluniado da América. Os designados Hillbillies, Hicks, White Trash, Cookies ou lixo dos parques das caravanas "Tornou-se o pequeno segredo sujo dos States. Não é racismo, é uma rejeição de classe". Jim Goad habilmente desmonta as noções mais populares sobre raça e cultura, desta ferida que vem desde os tempos da chegada à América dos europeus até ao presente. "Falam de terra livre, tolerância religiosa e liberdade política. Na verdade o Novo Mundo foi uma lixeira para os inimigos de Cromwell e para receber o excesso de população da Grã-Bretanha. O despejo dos indesejáveis na Austrália começou depois das colónias americanas se rebelarem."Diz ainda que ignorar esta classe social, donde ele vem, é uma lacuna cruel na época do politicamente correcto. Expõe a culpa, a hipocrisia e a superficialidade das elites brancas e dos media. "Na história da América foram eles (elites brancas) que agiram no sentido de levarem os rednecks a culpar os niggers. Nas últimas três décadas incentivaram os niggers a culparem os rednecks. Se uníssemos as nossas forças contra essas elites seríamos imbatíveis". No futuro dos Estados Unidos, Jim Goad não vê uma guerra racial, mas sim uma guerra de classes. Os motins raciais nunca são fundamentalmente raciais. Há sempre, a exclusão social e o dinheiro. Os bilionário pretos do hip-hop não são descriminados. Fazem parte da gamela. Do sistema. Da sociedade de espectáculo.
Jim Goad, 55 anos, actualmente vive na Geórgia, já escreveu quatro livros e foi o fundador e editor da revista ANSWER Me que durou quatro anos. Foi proibida. Publicou entrevistas com Public Enemy, Soderberg, Geto Boys e outros. Nunca entrevistou um punk, fauna que odiava. "Seu alto volume de ódio e ameaças soam como o melhor de Hunter Thompson ou de Burroughs ou de Bukowski. Realmente não é para todos. Goad vai encontrar uma maneira de ofender, não importa o quão mente aberta você pensa que é...A escrita definitivamente tem uma vantagem verdadeiramente sociopata, o resultado final é realmente muito fascinante e quase se sente como uma terapia para aqueles que se sentem realmente cansados da hipocrisia humana". (Opinião de um crítico literário)

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