terça-feira, 29 de março de 2011

Pritzker 2011

Eduardo Souto Moura ganhou o Pritzker, o mais prestigiado prémio da arquitectura a nível mundial. Cem mil dólares e uma medalha de bronze, mas o que mais importa é a sua entrada na galeria dos eleitos. Com um significativo corpo de trabalho espalhado pelo Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Portugal, impõe-se pela diferença "regional" tal como o japonês Tadao Ando. Tem uma arquitectura sólida e sensual, quase escultórica. Há até quem o associe a Donald Judd. Depois estou contente porque fui das primeiras pessoas a entrevistá-lo no início da sua carreira, quando ele ainda não era conhecido. É um tipo porreiro que gosta de viver, a vida não lhe passa ao lado. E um bom conversador. Parabéns Eduardo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Dj Rehka

DJ Rekha


Queria muito assistir à festa do 14º Aniversário do Basement Bhangra no S.O.B`s em Nova Iorque onde assisti algumas vezes às fabulosas performances da DJ Rekha. Filha de emigrantes paquistaneses nasceu em Londres. Mais tarde a família cruzou o Atlântico e fixou-se em Queens onde ela conquistou uma legião de fãs do hip-hop asiático. Produtora, curadora e activista é uma artista do remix.

Museu Soumaya

Abriu o Soumaya Museum na Cidade do México que acolhe a colecção de arte de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes. Leonardos, Tintorettos, Rodins, El Grecos e etc, um acervo valiosíssimo onde cabem também os muralistas mexicanos Rivera, Siqueiros e Orozco. O edifício, uma obra modernista, foi concebida pelo arquitecto Fernando Romero que é genro do magnata.

Bom muçulmano

Não confio neste tipo. E se for verdade? Abdel-hakin-al Hasidi, comandante dos rebeldes líbios, deu uma entrevista a um jornal italiano onde admitiu haver combatentes na linha da frente com ligações a Al Qaeda. "Bons muçulmanos que participaram na luta contra as tropas aliadas no Iraque. Membro do Islamic Fighing Group, ele mesmo esteve preso no Paquistão por ordem dos americanos. Voltou para a Líbia em 2008. É preocupante.

O coronel

Os rebeldes avançam no terreno, conquistando cidades. Até na Indonésia as miúdas participam na manifestação contra o amigo de Sócrates que ainda não abriu o bico sobre a guerra civil na Líbia.

domingo, 27 de março de 2011

Ressaca do punk

O professor


Este professor de educação física é mesmo merdoso. Ainda bem que o sacudiram da selecção nacional.

sábado, 26 de março de 2011

Oscar Niemeyer

Foi inaugurado o Centro Cultural de Avilés, nas Astúrias, uma obra concebida pelo arquitecto brasileiro Oscar Niemeyer que já completou 103 anos. Dez mil pessoas assistiram ao concerto de Woody Allen que actuou naquele espaço modernista com a sua banda de jazz.

Jana Knauerova


Há mais

Olhem-me só para estas figuras. Obama, de cabeça baixa, parece envergonhado. Medvedev deve ter emborcado umas vodkas. Sarkozy e Berlusconi, os baixinhos empertigados. José Eduardo dos Santos na pose do prepotente. Já agora não se importam de apagar o senhor de branco?

O ditador trendy

O safado tirano da Líbia (apetecia-me imenso dizer nomes feios, impropérios, opróbios, epítetos grosseiros), excluindo o estilo drag queen que de vez em quando ostenta, até possui uma sensibilidade fashion. Muito assim para o exagero ao gosto de John Galliano. Já agora quando é que neutralizam o filho de uma égua mal parida? Bem...já assimilei influências da Maledicta.

A arte do insulto

Reinhold Aman dirige a Maledicta, uma revista dedicada à agressão verbal, desde há décadas. Sabe dizer palavrões em mais de 200 idiomas e é, exceptuando Don Rickles, o único americano que ganha a vida com insultos. Este engenheiro químico nascido na Baviera e fixado no Wisconsin (Estados Unidos) garante que o insulto serve de desafogo para as emoções reprimidas e revela detalhes cruciais da cultura e da psicologia. Afirma que os americanos são desprovidos de talento nesta matéria. Não sabem insultar, têm um vocabulário anémico cingido a uma 20 palavras. Defensores do politicamente correcto, activistas sociais e "polícias do pensamento" não se metam com ele porque sujeitam-se ao maior dos enxovalhos. Por acaso até me dava jeito ampliar o meu reportório de impropérios que também é fracote.

sexta-feira, 25 de março de 2011

João Gonçalves

Não há dúvida de que o discurso parasitário e oco se impôs ao criativo. João Gonçalves, com a acutilância da sua verve diz algo de parecido no livro Contra a Literatice e Afins que foi lançado ontem ao fim da tarde no Chiado. O café da Fnac encheu e a conversa esteve bastante animada. O autor do blogue Portugal dos Pequeninos detesta os jogos florais, as meias-tintas, as "falinhas mansas" como sublinhou Pedro Mexia na apresentação daquela reunião de textos
com a chancela editorial da Guerra & Paz. É um indivíduo de paixões e embirrações, algumas justas e outras menos mas também não se coíbe de dar a mão à palmatória quando erra. Pelo menos tem a capacidade de se indignar. Gosto dele e da sua escrita sem rodriguinhos. Deduzo que os Afins do título sejam a tagarelice, a chatice das interpretações e das etiquetas, a fanfarronice dos medíocres e outras coisas terminadas em ice elevadas a desporto nacional.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Perto da loucura

Acabei ontem de ler este livro que é um thriller assustador. O escritor americano John Franklin Bardin, preocupado pela delgada linha que separa a razão da loucura, tornou-se um apaixonado objecto de culto no mundo anglo-saxónico. A sua vida, perseguida pela desgraça e a esquizofrenia, termina em 1981 na cidade de Nova Iorque. Escreveu alguns romances policiais, sob o pseudónimo de Gregory Tree, mas só depois de morrer alcançou o reconhecimento. Há uns anos atrás já tinha ficado rendida a So Young to Die que comprei numa banca de rua por dois dólares na Sexta Avenida de Manhattan. Depois os títulos são fabulosos.

O indesejável

"O engenheiro Sócrates tem de ser punido. Em democracia é nas urnas que se cortam cabeças aos delinquentes políticos" (Maria Filomena Mónica no Diário Económico). Gostei. Aqui nesta fotografia largamente usada pelo João Gonçalves, o indesejável é só ainda um delinquente juvenil.

Liz (1932-2011)

Cabelos negros e olhos cor de violeta, Elizabeth Taylor era uma mulher lindíssima. She`s so glamorous, afirmou Andy Warhol que a elegeu como ícone dos seus múltiplos serigráficos. Na qualidade de actriz de cinema nunca me impressionou, só a recordo em Reflections in a Golden Eye, um filme de John Huston baseado no romance de Carson McCullers, em que contracena com Marlon Brando. Depois de uma vida destemperada, Liz morreu devido a problemas cardíacos num hospital de Los Angeles.

terça-feira, 22 de março de 2011

Burger King

O polaco Michal Dzirkan, um ilustrador com uma linha sarcástica sobre os temas do quotidiano, viu assim o McDonalds. Gente gorda e lambuzada que presta culto aos chefes do capitalismo. Só que a empresa mudou, sinal dos tempos que proclamam o saudável.

Super Mário

Acho piada. Ainda há gente neste país que tem Mário Soares na conta de sério, quando representa a politica sem um pingo de nobreza. Na semana passada escreveu um artigo onde se mostrava desagradado com determinadas atitudes do governo. Não liguei nenhuma, já sei o que a casa gasta. Veio dar uma de esquerda...para pessoas com mentalidade de seis anos. Agora faz um apelo angustiado para evitar que o querido Sócrates, com quem sempre andou de língua na boca, se estatele. O homem é um farsante, já toda a gente devia estar farta de saber. Pois eu quero que a sua gente desapareça de cena e depressa. Já se tornou impossível sustentar as grandes mentiras.

Um dinossauro


Machismo vintage

Estes anúncios vintage são uma delícia. Quadros familiares politicamente incorrectos na dourada década de cinquenta. As duas décadas seguintes pertenceram às feministas que invectivaram o poder masculino. Os anos oitenta trouxeram a pose e de tanto posar desapareceu o conteúdo. Fiquemos por aqui.

Nippon

Nos anos 20 e 30 o design gráfico japonês já assumia influências ocidentais com o anunciar do construtivismo nos posters e nas capas das revistas, em particular da Nippon.

Miu Miu

Dourados e pretos. Vistos por detrás evocam um sol forte e encadeante ou, sei lá, o cabelo loiro de Marilyn Monroe. Vistos de frente reflectem um conceito sofisticado de elegância. Miu Miu é Miuccia Prada e está tudo dito.

Lady Gaga

Certo. Estamos a assistir a uma overdose da camaleónica Lady Gaga. Só que ela é diferente. Aqui na capa da revista i-D num latex coat by Thierry Mugler desafia a entediante imagem do sexy que as vulgares revistas de moda nos impingem.

Amina


Amina Annabi (Cartago, 1962) vive em França desde os 13 anos. Depois de um grande protagonismo no contexto da World Music parece ter passado de moda. Nos anos oitenta, Jean-baptiste Mondino reformulou-lhe a imagem no disco Atame.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Chegou a Primavera

já se sente no ar o aroma primaveril. Está na hora de arrebitar, a temperatura começa a aquecer. É o dia da poesia, já que inventaram dias para tudo. Relembro Octavio Paz, um poeta maior, que disse: "Le basta a un hombre encadenado cerrar los ojos para que tenga el poder de hacer estallar el mundo".

domingo, 20 de março de 2011

Alfarrabista

Lamentavelmente, os alfarrabistas vão desaparecendo do mapa lisboeta. Fundada em 1957, a Livraria Castro e Silva mantém-se viva na Rua do Loreto, em pleno Chiado. De vez em quando passo por lá. Dois dedos de conversa sobre política e livros. Agrada-me um certo pulsar anarquizante, até há um vaso cheio de pedras para o que der e vier.

Japoneses

Eis uma obra do artista francês Xavier Veilhan no edifício da Vuitton em Tóquio, uma cidade onde a arquitectura atinge um elevado grau de qualidade. É triste o que aconteceu ao Japão, um país de gente tão laboriosa e criativa. Projectou-se como uma grande potência nos anos 90, aproveitando a sua invejável liquidez, capacidade tecnológica e habilidade negociadora. Houve uma mudança de atitude, os japoneses abandonaram aquele ar circunspecto e educadísimo de povo derrotado na Segunda Guerra e encararam o mundo de cabeça levantada. Espero que agora, depois daquela tremenda catástrofe, recuperem rapidamente.

Strange Games

A modelo checa Jana Knauerová no editorial Strange Games que Hedi Slimane fez para a Vogue russa de Março.

Hedi Slimane

Em California Dreams o seu olhar artístico capta uma versão de rebeldia baseada nos mitos e lendas de Los Angeles. É uma figura muito especial no mundo da moda que acima de tudo preserva a liberdade criativa. Paris e Londres acolhem duas exposições deste estilista francês que desenvolve projectos em variadíssimas áreas. Está tudo reunido no livro Hedi Slimane: Anthology of a Decade que acabou de sair.


sexta-feira, 18 de março de 2011

Sérgio e Moby

Estive no lançamento do livro do Sérgio Coimbra, na livraria da editora Alêtheia. Carlos Quevedo proporcionou-nos alguns momentos de humor na apresentação da obra. Sintético, eficaz e divertido. Conheci o Moby que acompanhou o autor nos passeios por este país fora. É uma bisarma de cão, fruto do cruzamento entre Serra da Estrela e Pastor Alentejano. Portou-se bem, foi merecedor do pacote de biscoitos que lhe ofereceu a Zita Seabra.