quarta-feira, 31 de maio de 2017

O avô resiste

Eu achei este título uma delícia: Cinema francês condena Netflix-o avozinho está na resistência. Dizia o artigo do Contrepoints que o modelo do cinema francês já está obsoleto. Não é virtuoso nem eficaz. Isso explica a sua hostilidade à Netflix que tem investido fortemente nos filmes ... "on demand". Veio, como outros, para agitar as águas de um sector que, especialmente na França, está muito burocratizado. "Um apelo foi lançado por 87 cineastas em 22 de Maio para uma política cultural verdadeira na Europa".  A tal da excepção. O contribuinte que pague.

The Jam


A imagem

A representar a República Checa na 57ª edição da Bienal de Veneza, a artista Jana Zelibska apresenta uma "lagoa" de cisnes luminosos com o título de Swan Song Now. Em frente uma grande projecção turquesa do mar. É um desafio tranquilo que convida a reflectir e esperar.

Tracy Emin

Tracey Emin, desde a década de 90, que sempre gostou do confronto. Agora, a artista britânica apontou as baterias para os artistas masculinos que lançam várias versões dos trabalhos por causa da ganância do dinheiro. Como relatou o Guardian, a criadora da célebre My Bed, no último fim de semana falou no festival literário de Wales 'Hay abordando o seu próprio crescimento pessoal, em contraste com alguns dos seus pares. "Eu conheço artistas que fazem sempre o mesmo trabalho. Vendem, eles conseguem, fazem outra versão, e vendem e vendem. Isso é uma vida de puta.. não é uma vida de artista. Ser um artista é fazer arte, não fazer dinheiro". Sem referir nenhum nome, disse que "tende a acontecer muito mais com artistas masculinos. Não estou falando de Picasso", acrescentou. Embora se recusasse a dizer exactamente quem eram os contemporâneos obcecados pelo dinheiro fez uma alusão velada ao Young British Artist, grupo a que ela pertenceu. Damien Hirst, o artista mais rico do Reino Unido afirmou na BBC num vídeo com o americano Jeff Koons que o dinheiro faz parte das nossas vidas. "Penso que é tão importante quanto o amor ou a morte. É uma chave que deve ser respeitada", sublinhou. Tracey Emin também disse à audiência do festival literário que ela não votaria no partido conservador nas próximas eleições gerais devido ao resultado do Brexit. Provavelmente votará no Women’s Equality Party.

Pat & Anna Cleveland


A Musa


A lendária top model dos anos 60 publicou um livro de memórias com o título de Walking with the Muses. Depressa se tornou um ícone na cena da moda parisiense. Era amiga do jovem Karl Lagerfeld, dançava com Andy Warhol, namorava com Mick Jagger e posou para Salvador Dali. As campanhas e capas de revistas que protagonizou eram famosas. Pat Cleveland nasceu em Nova Iorque em 1950. A sua mãe era uma pintora afro-americana e o pai um saxofonista sueco branco. André Leon Talley qualificou-o como "a modelo mais extraordinário do século" e Bill Cunningham, um homem de poucas palavras, simplesmente chamou-lhe "The Supermodel". Nada convencional, não se limitava a ser um cabide. Cresceu no Harlem. "Ser negro era como se trouxesse um cartaz a dizer: odeiem-me porque sou negra. Tivemos problemas com o KKK. Uma noite, eu e a minha família, fomos obrigados a fugir de um hotel no meio da noite. Foi assustador.", relatou. Mas os fotógrafos achavam que ela não era suficientemente preta nem branca. Em 1970 mudou-se para Paris. Voltou aos Estados quando a Vogue decidiu colocar uma modelo negra na capa, o que até aí não acontecia. Actualmente a icónica ex modelo vive com o marido o fotógrafo Paul van Ravenstein em New Jersey num ambiente rural. É mãe de Anna Cleveland, também modelo, e de Noel van Ravenstein

terça-feira, 30 de maio de 2017

Festival of Disruption

O Festival of Disruption com curadoria do cineasta David Lynch vai voltar, cumprindo assim o seu segundo ano. Realiza-se no Ace Hotel, entre 14 e 15 de Outubro, e conta com a participação de Bon Iver, The Kills, TV on the Radio, Moby, Laura Marling e muitos mais. A edição inaugural do ano passado apresentou performances de Sky Ferreira, Angelo Badalamenti, St. Vincent, Debbie Harry e de outros músicos. A programação não musical deste ano inclui apresentações de filmes, conversas com o artista Ed Ruscha e os actores Bill Pullman e Sheryl Lee (que interpretaram Lost Highway Fred Madison e Laura Palmer dos Twin Peaks, respectivamente). William Eggleston (do cão) e o próprio Lynch vão expor arte e haverá também 'experiências de meditação de Brian Eno e Bob Roth. Os ingressos estão à venda a partir de 2 de Junho e os lucros para a Fundação David Lynch.

Procuram-se Ninjas

Os lendários ninjas do Japão famosos pelo seu sigilo e com um dom quase sobrenatural para a invisibilidade estão a escassear. Os especialistas em artes marciais estão preocupados que eles possam estar a desaparecer na vida real, como praticantes do antigo "ninjutsu". Dizem que há falta de talentos. Com o crescimento do turismo no Japão tem crescido, tem havido uma demanda para ver os guerreiros icónicos executar "shows ninja" para as multidões. Os candidatos não servem. "Falta-lhes as habilidades básicas necessárias. Isso geralmente significa ser treinado em combate desarmado , acrobacias, ocultação e primeiros socorros, sendo também capaz de usar estrelas jogando e lutar com espadas", afirmou Takatsugu Aoki, director de um esquadrão de artes marciais na cidade de Nayoga, no sul do país.

Alemães e NATO

Quando se trata de apoiar a aliança militar, parece que o público alemão concorda mais com o presidente americano do que com seu próprio governo. De acordo com o mais recente estudo Global  Attitudes realizado pelo Pew Research Center, 53 por cento dos entrevistados alemães disseram que Berlim não deveria tomar medidas militares "se a Rússia entrasse num grave conflito militar com um dos países aliados da NATO". O artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte, que criou a NATO em 1949, obriga os países membros a recorrerem à ajuda de um membro Aliança se esse aliado for atacado. Dos oito países consultados na pesquisa, a Alemanha foi a única onde mais inquiridos rejeitaram a solidariedade da NATO. E o apoio caiu para apenas 29 por cento dos entrevistados da antiga Alemanha Oriental, que esteve sob ocupação soviética até 1990. Em comparação, 45 por cento dos britânicos disseram que o Reino Unido deveria usar força militar para defender um país da NATO atacado pela Rússia.  E 62 por cento dos americanos apoiaram a ideia de homenagear o Artigo 5 que Trump recusou assinar na cimeira da NATO, em Bruxelas.

Rodney Graham

O fotógrafo Rodney Graham voltou à Galeria 303 de Chelsea, em Nova Iorque, com um corpo de novos trabalhos. Continua a explorar o aspecto lúdico e incisivo dos arquétipos culturais. Montadas em caixas de luz, as imagens mostram uma série de situações e significantes captadas com um humor subtil em Vancouver, onde o artista nasceu em 1970. O seu trabalho contem frequentemente referências literárias, musicais, filosóficas e populares. Costuma ser associado a outros artistas canadianos como Vikky Alexander, Jeff Wall ou Stan Douglas. Em 1997 representou o Canadá na Bienal de Veneza com o filme Vexation Island.

The Gift +Brian Eno

O produtor e músico Brian Eno juntou-se no palco aos The Gift durante o concerto que a banda portuguesa deu esta semana na sala londrina Bush Hall. Cantou com Sónia Tavares o tema Love Without Violins.

Jason Polan


Jason Polan é um ilustrador, nascido no Michigan, que tem um trabalho divertido baseado na observação. Ele já expôs nos Estados Unidos, Europa, África e Ásia e lançou cerca de 100 livros – como o conhecido “The Every Piece of Art in The Museum of Modern Art Book”. Agora, ele participa do projecto “SPRZ NY”da marca japonesa Uniqlo, que já convidou diferentes artistas para criarem colecções cápsulas. Polan estampou camisetas e sacos com desenhos de comidas, cidades e pessoas. O seu traço leve e orgânico distingue-se à légua. A primeira imagem é o seu auto-retrato.

Carlos Martiel


O artista Carlos Martiel, nascido em Havana em 1989, vive e trabalha entre Nova Iorque e Cuba. Graduado pela Academia Nacional de Bellas Artes de San Alejandro, segue a linha performática inaugurada por Ana Mendieta y consolidada por Tania Bruguera que foi sua professora na Cátedra da Arte de Conduta. Reconhecido a nível internacional, tem algumas obras na 57ª Bienal de Veneza. Usa o corpo em acções agressivas próximas do sacrifício como um meio para descolonizar o pensamento e denunciar as contradições da nossa época. É um crítico do sistema político cubano. "A primeira coisa que deve ser feita por um estado que se declara justo e humano é proteger o direito de seus cidadãos. Quando isto falha a dissidência e a inquietação toma conta da população. Todo governo deve aprender com seus erros e reparar a estrutura social, fornecendo assim espaço para a democracia. O trabalho que tenho feito com relação a Cuba possui uma forte critica, revelando a realidade dos cubanos. Tem explorado o abuso de poder, a marginalização e o isolamento de uma estratégica política condenável", afirmou numa entrevista. Já se expôs em inúmeros museus do mundo e recebeu vários prémios. Ele inscreve-se na prática do conceptualismo puro e duro dos anos sessenta-setenta. No ritual, entendido como antropológico. O seu corpo é o material de especulação estética e política.

A imagem

No pavilhão cubano da 57ª edição da Bienal de Veneza, destaca-se o projecto colectivo 'Tiempo de la Intuición"

Presente para a América


Depois de um deleitado Kim Jong Un supervisionar o último teste bem sucedido do mais recente míssil balístico da Coreia do Norte, controlado por um sistema de orientação de precisão, o líder ordenou o desenvolvimento de armas estratégicas mais poderosas, informou a agência oficial de notícias KCNA. Segundo a Bloomberg, o míssil lançado na segunda-feira - o nono teste deste ano e dois dias depois que o G-7 se comprometeu a "fortalecer medidas" destinadas a levar a Coreia do Norte a cessar os testes nucleares e de mísseis balísticos. O último teste envolveu um sistema de orientação de precisão, desembarcando dentro de sete metros de seu alvo. As afirmações de precisão, se forem verdadeiras, representariam um avanço potencialmente significativo no programa de mísseis daquele país. A KCNA disse que Kim pediu o desenvolvimento contínuo de armas estratégicas mais poderosas, embora o relatório não mencione se o míssil poderia carregar ogivas nucleares. Kim expressou a convicção de que seria um grande impulso para enviar um "pacote de presentes "para os Yankee. Afirmou ainda que a Coreia do Norte não será influenciada pela pressão do G-7. "Sempre que a notícia da nossa valiosa vitória é transmitida recentemente, os americanos ficarão muito preocupados e os gangsters do exército de fantoches sul-coreano cairão cada vez mais no desânimo", disse KCNA citando o risonho Kim Jong Un.

Slavoj Zizek

O filósofo Slavoj Zizek explica suas opiniões sobre as eleições gerais iminentes, o futuro da esquerda, o papel das notícias falsas, os direitos LGBT, a insignificância da União Europeia e os milagres.

Sou jornalista

Publicar pruebas de corrupción no es hackear. Soy periodista y editor. Ni siquiera EEUU me tilda de hacker. @Lenin http://www.eltelegrafo.com.ec/noticias/politica/2/cuando-salga-visitare-a-rafael-correa …
21:10 - 29 May 2017. O fundador da Wikileaks responde assim às declarações pouco simpáticas do presidente do Equador, Lenin Moreno.

Festival Nyansapo

Anne Hidalgo, a presidente do município de Paris, quer proibir um festival feminista negro na capital francesa, alegando que se trata de uma manifestação de racismo. A primeira edição do Festival Nyansapo, que decorre entre 28 a 30 de Julho no Centro Cultural Le Generale, apresenta-se como " um evento enraizado no feminismo e activismo negro". O anúncio de "não misturado", portanto proibido a brancos, irritou a socialista que condenou não só os organizadores do evento, como disse ainda que os iria processar por discriminação. Organizações anti-racistas e anti-semitas francesas também condenaram fortemente o festival. SOS Racisme descreveu o evento como "um erro, até mesmo uma abominação". Wallerand de Saint-Just, chefe regional do partido da Frente Nacional de Marine Le Pen, desafiou Hidalgo na sexta-feira para explicar como a cidade estava promovendo um evento com um conceito claramente racista e anti-republicano". Mas o Nyansapo não é o primeiro evento francês de racismo. Um "acampamento de verão de descolonização" na cidade de Reims, no nordeste do país, provocou uma indignação semelhante em 2016. Segundo a  Bloomberg, numa notícia mais actualizada, Hidalgo disse que sua discussão "firme" com os organizadores tinha sido satisfatória para ambas as partes. Contudo,  o colectivo afro-feminista MWASI, respondeu que não mudou o programa do festival "uma polegada ". Enquanto isso, na semana passada, várias mulheres muçulmanas que tentaram organizar uma "festa de burkini" foram detidas em Cannes.

Jared na Mad

A capa de Mad Magazine no próximo mês contará com Jared Kushner como a mascote da revista, Alfred E. Neuman. O genro do presidente e assessor especial da Casa Branca, aparecerá com a mulher Ivanka de pé, atrás de Trump que está sentado, na capa com a manchete: "Take your Kids to Work Everyday".  Alguns ex-presidentes conseguiram o tratamento de Neuman no passado, mas o John Ficarra, o editor-chefe da revista disse ao Washinghton Times que a sua tentativa com Trump não funcionou. "Isso é surpreendente porque os dois compartilham muito em comum. Não só na aparência, mas também na competência" afirmou. A edição digital da revista será lançada no dia 2 de Junho e a edição impressa chegará às bancas em 13 de Junho.

domingo, 28 de maio de 2017

Square-Palma de Ouro

O director sueco Ruben Ostlund ganhou a Palme d`Or, o maior prémio do Festival de Cannes, com o filme Square que é uma sátira sobre a arte mundial, o comércio e a política protagonizado por Claes Bang e Elisabeth Moss e Dominic West. A história gira em torno de um homem que está supervisionando uma nova instalação de arte chamada The Square, um santuário onde qualquer pessoa que entra nele deve obedecer a valores humanitários - mas as coisas vão rapidamente ficar fora de controlo. Peter Bradshaw, o critico do Guardian, diz que o realizador sueco criou "um espectáculo estranhamente esquisito e ultrajante, com momentos de estranheza pitoresca".

Phoenix, melhor actor

O americano Joaquin Phoenix recebeu hoje o prémio de Melhor Actor do 70º Festival de Cannes pela sua actuação no filme "You Were Never Really Here", da cineasta britânica Lynne Ramsay. Neste thriller psicológico, o actor de 42 anos tem um desempenho impressionante no papel de um veterano do Vietname, traumatizado e violento, que vai resgatar uma adolescente das redes de prostituição. "É um prémio bastante inesperado, os meus sapatos não são adequados às circunstâncias", disse. Referia-se aos ténis Converse que estava usando.

Revistas



Creedence Clearwater


Fundação Prada

A Fondazione Prada de Veneza apresenta até 26 de Novembro a exposição "The Boat is Leaking. The Captain Lied" que abrange cinema, cinema, arte e teatro. O histórico Palazzo de Ca’ Corner della Regina é palco das obras do cineasta e escritor Alexander Kluge, do artista Thomas Demand e da designer de palco e figurinos Anna Viebrock. Estas figuras foram seleccionadas pelo curador Udo Kittelmann. A mostra discute os diferentes "mundos" que existem e as atitudes humanas em relação a eles.

Melanie Trump

Melania Trump usou um casaco Dolce & Gabbana avaliado em 51.500 dólares na Catânia, em Itália. De acordo com o site da revista americana “Harper’s Bazaar", ela acompanhava Donald Trump que   participou numa reunião da cúpula do G7. Para completar o luxuoso look, a primeira-dama dos EUA usou uma clutch a condizer com o trabalho artesanal do casaco que leva flores aplicadas.

sábado, 27 de maio de 2017

Precisam de um Bond?

Depois de não conseguirem frustrar dois ataques terroristas que ocorreram no Reino Unido este ano, ambos realizados por indivíduos já conhecidos das autoridades britânicas, as agências de inteligência identificaram 23 mil potenciais jihadistas que vivem na Grã-Bretanha, de acordo com um relatório publicado no Times de Londres. Desses grupo, 3000 são suspeitos de representarem uma "ameaça iminente" e estão sendo investigados em conformidade. Os outros 20.000, depois de serem alvo de investigações anteriores, foram classificados como um "risco residual". Categoria onde estavam incluídos Salman Abedi e Khalid Masood, o assassino de Westminster, que nem sequer foram objectos de vigilância. O relatório surge quando se intensificam as críticas às agências de inteligência, que estão a ser acusadas de fazer um trabalho inadequado para identificar antigos "súbditos de interesse" que voltaram ao extremismo. "A ideia de que existem 23 mil jihadistas no Reino Unido é "horrível", disse Anthony Glees, chefe de segurança e inteligência da Universidade de Buckingham.

Contra G7


Confrontos com a polícia em Taormina, na Sicília. A marcha de protesto contra o G7 foi encenada por vários grupos com opiniões políticas variadas, incluindo anarquistas, comunistas e outros manifestantes anti-globalistas. Também foram vistas bandeiras do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Os líderes dos países dos sete países, que estiveram ali reunidos durante dois dias, já tinham partido antes do começo dos motins.

Hacking Justice


No dia 29 de Maio, às 22 horas, o canal História vai estrear Hacking Justice, a sua mais recente produção. É um documentário focado na defesa do caso de Julian Assange, o criador do WikiLeaks que chegou a ser acusado de violação, agressão sexual e conspiração. O filme mostra ainda a luta do juiz espanhol Baltasar Garzón para a retirada do mandato de detenção europeu que, ainda hoje, pesa sobre o polémico jornalista e hacktivista.

A imagem

Richard Quinn é um estilista emergente, formado na Central Saint Martins de Londres. Um novo talento à maneira de Christopher Kane que brinca com a ideia do mau gosto. Inquietante e misterioso. Em Novembro foi anunciado como o vencedor do H & M Design Award 2017 que corresponde a um prémio de € 50.000 e um ano a trabalhar com a marca sueca para desenvolver algumas das peças da colecção.

Happy End

Apenas um punhado de cineastas ganharam a cobiçada Palme d'Or do Festival de Cinema de Cannes. O austríaco autor Michael Haneke está incluído na ilustre lista de premiados. Ganhou com o complexo The White Ribbon em 2009 e voltou a bisar com Amour. Segundo rumores, o seu último filme Happy End poderia transformar a sua participação em Cannes num hat-trick. Rodado numa grande mansão no norte da França, o filme segue a família burguesa Laurent baseada em Calais que enriqueceu graças a um negócio de construção lucrativo. Embrenhados nos seus problemas existenciais, ignorando o drama dos refugiados que estão mesmo ao lado, parecem insatisfeitos na sua luxuosa existência. O realizador transforma as cenas mais sombrias numa comédia negra.

Liquid Sky

A única cópia sobrevivente de 35 mm do filme de culto Liquid Sky realizado em 1982 pelo russo Slava Tsurkerman, vai ser exibido do hoje e amanhã no Quad Cinema do Greenwich Village que vai fechar as portas. Os cinéfilos terão a sua última oportunidade de apreciar um precioso artefacto da cultura pós-punk de Nova  Iorque. O seu impacto na cultura popular contemporânea foi enorme. O director deste filme de ficção científica, nascido na União Soviética em 1940, desde tenra idade era fã do cinema mas a sua herança judaica impediu-o de ser seleccionado para a escola de cinema do país que só aceitava 15 alunos por ano. Então, decidiu matricular-se em engenharia, imitando assim o caminho do seu ídolo Sergei Eisenstein. O conhecimento técnico levou-o a uma carreira de dirigir documentários científicos, embora a sua abordagem indicasse uma preferência por contornar as normas estilísticas que viriam a se concretizar em Liquid Sky ."Em vez de fazer documentários de verdade, um casal de meus amigos e eu criamos um novo género, uma mistura de tudo: ficção, documentário, animação, efeitos especiais", disse ele, Atribui essa inovação à dificuldade de transmitir conceitos abstractos como a física quântica. Tsurkerman emigrou para os Estados Unidos em 1976 com a esposa Nina Kerova..

Aperto de mão

Donald Trump tem um aperto de mão notoriamente estranho que só Justin Trudeau foi capaz de vencer com sucesso. Segundo Phillip Rucker, jornalista do The Washington Post. o aperto de mão de Trump e Macron durou imenso tempo. "Cada presidente apertou a mão do outro com uma intensidade considerável". Mas o francês parece ter vencido o combate, porque o americano já parecia querer retirar a mão daquele interminável e fortíssimo handshake.  O jovem Emmanuel é um homem muito determinado. Não é um mão mole.

Arc Waves


Brigitte Macron

"A França, conhecida em todo o mundo, pela elegância das suas mulheres, devia estar envergonhada com a vulgaridade e o mau-gosto de Brigitte Macron. A roupa escolhida da Vuitton para a chegada de seu marido ao Eliseu foi desagradável e inconveniente. Chocante." (Via Les Moutons Enragés). De facto, a senhora não devia usar mini-saia. Melanie Trump, com um saia e casaco de pele beije feito à medida pela Maison Ullens e uns sapatos Manolo Blahnik, deu um banho de elegância à primeira-dama francesa. É uma questão de estilo. 

Walden Bello

Citando Joseph Stiglitz quando diz que o euro é apenas uma experiência projectada para não funcionar, o académico filipino Walden Bello afirma que uma união monetária não tem os requisitos necessários de uma união fiscal e política que estabeleçam as regras e mecanismos para permitir que as autoridades centrais movam o capital de excedente para défice. "Neste momento, existem apenas duas maneiras de resolver os desequilíbrios comerciais dentro da zona do euro. Uma delas é a desvalorização interna, ou seja, a adopção de duras políticas de austeridade que abatatariam o trabalho e tornariam competitivas as exportações de um país deficitário; Isso acarreta o risco de sujeitar um país a estagnação de longo prazo devido a uma forte redução da demanda efectiva. A outra maneira é simplesmente sair da zona do euro e adoptar uma nova moeda, cujo valor seria baixo em relação ao euro, tornando assim as exportações "competitivas". Não é de surpreender que isto também comportaria o risco de espremer a demanda efectiva na economia devedora. No entanto, a segunda opção permitiria uma margem de manobra muito maior do que estar presos num casamento sem amor e deprimido como é a zona do euro. Assim, na minha opinião, os países da zona do euro enfrentam a escolha de avançar para uma plena união fiscal e política, o que faria com que as transferências financeiras fossem automaticamente activadas para fluírem de áreas excedentárias para défices numa economia totalmente unificada. Ou eles acabam com a união monetária. Penso que não há meio caminho".
Para Walden, autor do artigo "Europe: Social-democracy`s Faustian pact with global finance unravels", a social-democracia está profundamente implicada na crise. Enquanto Margaret Thatcher se tornou o rosto do neoliberalismo, os partidos social-democratas tiveram um papel central na promoção de medidas neoliberais em toda a Europa. O novo Partido Trabalhista promoveu a liberalização financeira e a regulamentação light-touch no Reino Unido com Tony BlairGordon Brown, primeiro como chanceler e depois como primeiro-ministroFrancois Mitterand e os socialistas franceses foram os principais campeões do euro, naquilo que o ex-ministro grego de Relações Exteriores Iannis Varoufakis descreve como um projecto francês para aproveitar o poder económico alemão para a integração europeia sob a liderança política e administrativa francesa. E na Alemanha, foi sob o governo social-democrata de Gerard Schroeder que implementou as "reformas" do mercado de trabalho que reduziram os salários e consolidaram a posição da Alemanha como um país excedente e seus vizinhos como países deficitários, forçando-os a confiar nos bancos alemães para cobrir os seus défices comerciais". E, para terminar garante que Europa não está fora do perigo porque a reforma do sector financeiro, que foi impulsionada imediatamente após a crise financeira, tem sido ineficaz ou não implementada devido aos esforços do lobby bem sucedido das corporações financeiras. "O capital financeiro permanece indisciplinado. Entretanto, devido às políticas de austeridade, a maior parte da economia real da Europa está em estado de estagnação permanente. Isso cria a tentação de que o capital financeiro não regulado se envolva novamente em empreendimentos especulativos, o que significa a criação de bolhas que estão destinadas ao colapso, trazendo novamente o caos no seu rastro".