Amy Winehouse (1983-2011)

Foi encontrada morta no seu apartamento de Londres. Era a junkie do soul. Juntou-se ao grupo de Jim Morrisson, Jimi Hendrix, Janis Joplin e Kurt Cobain, os músicos lendários desaparecidos aos 27 anos. Agarrada às drogas duras e ao álcool, tinha pulsões auto-destrutivas. "They tried to make me go to rehab, I said no, no, no..." Nada a fazer.

Sam Griffin

Na lua

Caldas da Rainha

Caldas late night. All nite os writers borram a cidade que fica assim toda garrida, alguns comerciantes até já pagam xis para lhes fazerem uma pintura catita.

Lucien Freud (1922-2011)

Morreu o pintor Lucien Freud, um dos últimos representantes da School of London a que pertenceu também Francis Bacon. Nasceu em Berlim, filho de pais judeus que em 1933 se fixaram Londres. Tinha um estilo inconfundível. Mostrava a figura humana com uma carnosidade excessiva e mórbida. Criador de atmosferas sórdidas, os seus enquadramentos eram insólitos e agressivos. "Estive sempre interessado nos extremos, mas nunca pretendi fazer freacks", disse numa entrevista. Vemo-lo aqui, na fotografia de David Dawson, com a sua raposa de estimação. Em cima um auto-retrato, datado de 1985, com o título de Reflection.

Tobias Wong

O ano depois da morte do designer Tobias Wong, o San Francisco Museum of Modern Art dedica uma exposição a este criativo que se descrevia como um artista para-conceptual. Nascido no Canadá em 1974, mudou-se nos finais dos anos noventa para Nova Iorque onde estudou arte na Union Cooper. As instalações e os objectos provocadores deram-lhe uma aura de notariedade. Aos 35 anos suicidou-se. Vá lá saber-se porquê.

LX Factory

13:35. Aguardo na Ler Devagar pela chegada do meu amigo Zé Pinho que nunca mais chega. Tenho uma fome canina e...talvez não seja má ideia atestar o estômago com umas tapas no bar que está inserido na livraria. Queijo, paio, vinho Portugal Ramos e já está.

LX Factory

11

11:40. Entro nos espaços decorados com originalidade, observo os detalhes e aprovo. Rendo-me
ao fabuloso aspecto do bolo de chocolate da Landeau. Fraquezas, não resisto ao pecado da gula.

LX Factory

10:30. Entro aos saltinhos (o piso é péssimo) na LX Factory. Tomo um sumo natural no Café da Fábrica, uns metros mais adiante dou de caras na galeria do Leonel Moura com esta instalação de t-shirts pretas que eclipsa os robots de momento sossegados no seu canto. Demoro um quarto de hora a esmiuçar com uma jovem arquitecta o negócio das duas jornalistas fundadoras do StoryLovers. Personalizam com escritos banais toalhas de mesa, lenços e outras prendas. "Escrevemos os seus sonhos, os seus ideais, a sua liberdade de gritar ao mundo...escrevemos só para si". É isto. E, espante-se, têm clientela.

Lena Aires

Sempre paciente, sempre agradável continua no seu posto em pleno Bairro Alto. Igual a si mesma. Gosto da Lena Aires, uma estilista que conserva a memória da década de oitenta. Aquelas cores quentes das peças de jersey batem no olho de quem entra e restituem-nos a boa disposição.

Gravatas dispensadas

Está na ordem do dia falar de gravatas. O professor Marcelo, na sua verve generalista, garante que não são as ditas que aquecem os homens nos ministérios. Para alguns o pior da gravata é o nó. Uma questão que tem história. No atar e no desatar se empenharam ao longo do tempo os desenhadores, artistas e estetas. Veleidades da moda masculina que alimentam a lenda deste acessório convertido em lei da elegância, em panaceia indumentária dos românticos à Lorde Byron. Nós havia para todos os gostos e desgostos até atingir o número de trinta e seis. Honoré de Balzac, que dedicou alguns dos seus ócios à moda, escreveu um ensaio sobre as vantagens da gravata no visual de um verdadeiro cavalheiro. Paco Rabanne leva a mão ao gasganete e diz que gravata jamais. É o símbolo do enforcado. Veste um traje ao estilo maoista branché e fica soberbo. Mas um dos mais acérrimos detractores deste adorno foi Giovanni Versace que, por caminhos laterais, o baniu em grande estilo.

Vargas Llosa

"DSK me parece repelente. Ese señor superinteligente, ultrapoderoso y millonario acostumbrado a permitirse certos excesos. Tirarse a una servienta, por las boas o por las malas, é um acto vil". Afirma Vargas Llosa num artigo no jornal El País. "....Yo no acabo de entender tanta indignación. El jefe de la policía neoyorquina ha explicado que los presuntos culpables reciben el mismo tratamiento, se trate de pobres diablos o de banqueros: son llevados esposados al tribunal y expuestos a la prensa. También son presentados a la prensa cuando son declarados inocentes por la justicia, ya sin esposas. No ha habido encarnizamiento alguno contra Strauss-Kahn. Pero, eso sí, no tuvo un tratamiento preferencial, debido a su ilustre investidura en el mundo financiero. Mucho me temo, por las cosas que leo estos días en París, que en su propio país hubiera recibido ese tratamiento preferencial, y, probablemente, jamás hubiera sido juzgado. Eso sí, la camarera guineana habría sido expulsada del país por ilegal, por falsaria y por practicar la prostitución". E viva os libertinos franceses, são tão interessantes e geniais. Coisas da gauche divine.

Marina Abramovic

A performance Life and Death, baseada na biografia de Marina Abramovic foi apresentada no Manchester International Festival onde causou um forte impacto. Além de Robert Wilson, encarregue da direcção, o acto teatral conta ainda com Willem Dafoe que desempenha o papel de narrador. A música é de Antony & The Johnsons. Nesta foto publicada na revista Visionaire vemos a artista sérvia a amamentar o estilista de moda Riccardo Tischi com quem tem uma grande cumplicidade.

Portinari

Paciência...não gosto mesmo nada do trabalho de Cândido Portinari, um ícone da pintura modernista brasileira.

Nevermind

Os moradores de Alberdeen, estado de Washington, vão reunir-se no dia 27 de Julho para decidir como prestar homenagem ao músico dos Nirvana. Estão hesitantes entre um parque e uma ponte, qualquer destes equipamentos públicos poderá chamar-se Kurt Cobain. Nesta foto a preto e branco parece tão desamparado, tão nas tintas para tudo. Nevermind...

Helen Mirren

Consta da lista das mulheres mais bem vestidas, mas não se coibiu de posar sem roupa para a revista Esquire de Agosto. Bem...não exactamente nua, utiliza a bandeira inglesa a tapar parte do seu corpo de 65 anos como se fosse uma toalha de banho. Sem complexos.

Dan Witz

Graduado pela escola Cooper Union, preferiu dedicar-se à street art de que é um dos pioneiros. O americano Dan Witz (1957), fixado em Brooklyn, intervém em diversas cidades do mundo. "Não me apetecia fazer peças para decorar as casas dos ricos", disse numa entrevista. Foi um dos fundadores do Standart Youthful Rebellion, um movimento que tentou desesperadamente subverter as práticas artísticas dos museus e das galerias caucionadas pelo sistema. Tem um currículo muito apreciável. Já publicou 18 livros e participou em alguns filmes.

Forever Marilyn

Tem despertado grande curiosidade a escultura de Marilyn Monroe, uma criação do artista Seward Johnson que já foi acusado de sexista. Inspirada na icónica cena do filme Seven Year Itch (O Pecado Mora ao Lado) de Billy Wilder encontra-se no centro de Chicago onde os transeuntes são confrontados com umas gigantescas pernas ao léu. A peça em aço e alumínio pesa 15 toneladas.

Tendências barrocas

Sem destino

Um exímio cavaleiro, instintivo músico, dramaturgo premiado e arquitecto amador. Sam Shepard regressa ao cinema no papel do velho pistoleiro Butch Cassidy que se refugiou na Bolívia durante 20 anos sob o nome de James Blackthorn. O filme realizado por Mateo Gil, argumentista do espanhol Alejandro Aménabar, participou no último Tribeca Film Festival. Não é exactamente um remake do Butch Cassidy and Sundance Kid, um oscarizado western de George Roy Hill onde se destacam as interpretações de Paul Newman e Robert Redford no esplendor da beleza física.
Apesar do seu estatuto de intelectual, Sam Shepard considera-se um americano ligado à horse culture. Não gosta de dar respostas, "It`s pretentious to give answers. Only fools and politicians give answers". E acrescenta ainda: "I don`t think politics has ever solved any of profound questions we`re confronted with".

Clara Ferreira Alves

Por vezes é irritantemente pretenciosa, mas quando se trata de ajuizar casos de machismo vulgar ou cultural que ainda impera nas sociedades ela revela nos seus artigos uma enorme lucidez. Nunca finge ser um homem. Vale a pena ler a Pluma Caprichosa do último Expresso onde aborda o sórdito caso onde está envolvido Strauss Kahn que "não é um santo, como pretendem os franceses que gostam do tipo de heróis libertinos...". Depois de referir o procedimento normal da justiça americana com o perp walk que tanto choca a hipocrisia europeia, Clara Ferreira Aves pergunta: "Quantos acusados no lugar dele teriam dinheiro para contratar uma caríssima firma de advogados especialistas de casos penais? Quantos teriam mandado dizer, com inteira segurança, que toda a defesa de DSK iria assentar sobre a descredibilização da suposta vítima? e quantos poderiam ter contratado os serviços de uma firma (TD Internacional) de especialistas (com ligações à CIA e outros serviços secretos) em pesquisa de ligações obscuras, para invistigar ao pormenor todo o passado e declarações da suposta vítima? Quantos libertados sob fiança poderiam alojar-se numa casa de Manhatan de 50 mil dólares por mês? E, por fim, quantos conseguiriam que, na batalha de relações públicas, os jornais publicassem informação relevante antes dos atos praticados em tribunal?"

Boas perguntas.

Christopher Bollen

Christopher Bollen, o editor da Interview Magazine, acabou de publicar a sua primeira novela com o título de Lightning People. O livro foi apresentado num glamouroso party no Standart Hotel, em Nova Iorque.

Lima Barreto (1949-2011)

Morreu o musicólogo Jorge Lima Barreto, vítima de peneumonia. Fundador das bandas AnarBand e Telectu, publicou vários livros sobre o jazz e o rock que em certa altura defeniu como uma "manipulação estética, musical, drogaditadura, económica, marginal, (g) astronómica..." (in Droga de Rock-edições & etc e tal). Convivi muito com o Jorge nos anos 70, até participámos juntos num boicote anarquisante a uma palestra de Luiz Villas-Boas na associação cultural Primeiro Acto de Algês. Acabámos por ser expulsos do espaço.

Beginners

É um filme quase biográfico, como reconheceu o autor numa entrevista, que vai estrear em Londres no dia 22 de Julho. O americano Mike Mills, criador de diversos vídeos musicais e das capas dos albuns dos Sonic Youth, aposta no cinema independente. Thumbsucker, o seu primeiro filme, participou em 2005 no Sundance Festival. Agora Beginners, protagonizado por Ewan McGregor, tem recebido aplausos dos críticos.

Me Magazine

Esta última edição da Me Magazine explora a vida do designer gráfico e cineasta Mike Mills e do seu círculo da amigos.

Under the Influence

A PowerHouse Arena, uma instituição cultural estabelecida no Dumbo, apresenta no dia 12 de Julho o espectáculo Under The Influence para celebrar o 10º aniversário da edição Back in the Days Remix, incluindo também uma exposição de Jamel Shabazz que fotografou a época dourada do hip-hop. Esta iniciativa conta ainda com a colaboração do 7º Annual Brooklyn Hip-Hop Festival.

Lou Reed

A Fantagraphics Books editou The Raven, uma obra de Lou Reed que é uma versão literária do album com o mesmo nome, baseado no poema de Edgar Allan Poe. O livro, ilustrado por Lorenzo Mattotti, foi apresentado na Strand em Nova Iorque.