O americano
Tyler Cowen foi considerado um dos mais influentes economistas da última década. Erudito, gourmet, especialista no mercado da cultura tem um blogue imperdível que partilha com
Alex Tabarrok. Chama-se
Marginal Revolution. Afirma que os Estados Unidos e os países desenvolvidos atingiram um limite no desenvolvimento tecnológico. Inovações como a Internet mudaram menos a vida das pessoas do que a revolução industrial ocorrida há cem anos atrás. E têm menos impacto sobre o PIB (Produto Nacional Bruto) que mede o desempenho da economia e a criação do emprego. Acrescenta ainda que a crise de 2008 foi o culminar da bomba de ilusão e riqueza que estoirou. Entre 1870 e finais de 1960 os Estados Unidos cresceram imenso. "Agora voltámos ao normal, a maior parte da história da humanidade é de crescimento baixo. Gastámos muito em educação e não obtivemos melhores resultados. A resposta não é gastar mais. Apesar da Internet nem os salários nem os números do emprego subiram. Creio que temos de encontrar modelos de negócios adequados. Mas isso leva décadas, não é já para amanhã".
Quanto à Europa, também se mostra pessimista. Governos insolventes, perturbações bancárias, divisões políticas e dolorosas austeridades.
Tyler Cowen está convencido de que alguns países irão abandonar o euro e emitir a sua própria moeda com consequências que podem traduzir-se num desastre para a economia global. Vale a pena ler o seu livro
The Great Stagnation. Sobre um crescimento imparável e sólido da China coloca algumas reticências. "Está a fazer um
catch-up rápido na ciência, embora não apareçam novos produtos vindos de lá. Politicamente é muito volátil, a renda per capita é baixa e não há transparência", sublinhou.