Trabalhei durante alguns anos com o Fernando no
Diário de Lisboa e nunca li a sua poesia. É assim, não me apeteceu. Nunca me passaria pela cabeça escrever uma biografia sobre uma figura tão marcadamente coimbrã, tão longe no plano intelectual e humano dos meus interesses. Mas Nuno Costa Santos fez isso e muito bem. Converteu-se no amigo por interpostos amigos, e como se fosse um conhecido de longa data, retratou-o com pinceladas vivas e expressivas. De corpo inteiro, com afecto. Podia ser a dedicatória. A imaginação, o olhar, o humor, a recordação, o prazer da vida conjugam-se numa tarefa que demorou quatro anos. Fruto de consultas documentais, de conversas, de leituras e até de percursos gastronómicos na Galiza. Gosto da escrita desempoeirada e limpa do autor de
Trabalhos e Paixões de Fernando Assis Pacheco, obra editada pela
Tinta da China. Estive na apresentação do livro na
Livraria Bertrand das Caldas da Rainha onde encontrei Manuel Freire, o da música de intervenção. Não houve discursos, apenas um convívio distendido.
Senti uma certa empatia com o Nuno. Escritor e guionista, tem 37 anos. Assis Pacheco nasceu em 1937. Unidos pelo número
sete que é um número cabalístico. Fiquemos por aqui. Ah, obrigada Henrique Fialho. Também fazes parte do filme.