quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O revolucionário


"A política revolucionária é necessariamente criminal...O sistema burguês não utilizou a chance histórica de se transformar num sistema humano. Os cinco últimos decénios de parlamentarismo beato têm sido os mais sombrios da história..." Escreveu Horst Mahler num artigo publicado a 24 de Janeiro de 1972 na Spiegel. Teórico da guerrilha urbana, inspirada nos Tupamaros, fundou na Alemanha a Fracção do Exército Vermelho com Ulrike Meinhof e Andreas Baader. Depois de participar em algumas acções contra o capitalismo, esteve num campo de treino da Al Fatah onde se cruzou com Carlos, o Chacal. Foi preso e condenado a 14 anos de prisão. Nos anos 90 tornou-se um ideólogo do nacionalismo nazi. "Dantes como hoje continuo a denunciar o meu principal inimigo que é o imperialismo americano que está por detrás desta invasão de estrangeiros e pretende balcanizar a Europa". Por negar o Holocausto cumpre uma pena de seis anos e até há na Internet uma petição a pedir que seja liberto.
Horst Mahler, que confirmou as suas ligações à Stasi, a odiosa polícia politica da Alemanha do Leste, sublinhou que "a vulgar criminalidade serve os interesses privados, enquanto a criminalidade revolucionária tem por fim a satisfação das necessidades sociais. Visa os ricos e os poderosos, protege os oprimidos". Isto no tempo em que pertencia à RAF. Hoje, o seu discurso continua a bater quase nas mesmas teclas. Vibrou com o atentado contra as Torres Gémeas e admirava Bin Laden. Só que virou nacional-socialista. É engraçado como os extremos se tocam, há uma linha muito ténue a separá-los.

Sem comentários: