sábado, 17 de março de 2012

Jorge Silva Melo


Sempre senti uma enorme simpatia pelo Jorge Silva Melo. Desde o tempo da faculdade de Letras quando nos cruzávamos no bar, cada um inserido no seu grupo. Eu envolvida nas lutas políticas clandestinas e ele no grupo de teatro universitário. Sim, o teatro já o circulava por dentro. Nessa época tinha uma cabeça mais livre do que a minha. Gostei de o ouvi dizer hoje na televisão que aprecia a ternura do convívio. Noutra ocasião afirmou que os afectos não são piegas. Pois não. Encenador, cineasta, amante das artes. Depois das vivências de Paris Londres e Berlim, fez alguns filmes e fundou a Cornucópia. Actualmente, dá alma ao projecto dos Artistas Unidos onde se cultiva o ecletismo. Um espírito verdadeiramente culto sem nunca se dar ares como muitos que andam por aí a palrar. Tem um compreensivo conhecimento da vida que encara como uma aposta. O seu diagnóstico, intuo, distancia-se da ideia de que o mundo vai de mal a pior. Há que fazer frente ao pessimismo da razão com o optimismo da vontade.

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