O Paris de entre guerras foi o último olimpo de umas vanguardas que nunca mais coincidiram como a da chamada
Moveable Feast de que falava
Ernest Hemingway. Nessa época a vida junto ao Sena era muito mais excitante que nos Estados Unidos de onde veio
Man Ray, "famoso artista americano dadá", em 1921. Oito anos depois encontrou ali
Lee Miller que se tornou sua musa, sua aluna e sua amante. Conviveu com o grupo surrealista e ao largo dos anos retratou todas figuras importantes do movimento. Trabalhou para as revistas
Vogue e
Vanity Fair. Em plena Segunda Guerra Mundial, fixada em Londres, durante as manhãs fotografava vaporosas colecções de moda e à tarde as ruínas provocadas pelas bombas da aviação nazi. O luxo e a desolação, a frivolidade e a morte. Mais tarde reuniu as suas recordações do
Blitz no livro
Grim Glory. Em 1942, creditada como fotógrafa do exército americano, assistiu à libertação da capital francesa. Captou ainda imagens dos horrores do campo de
Dachau onde ficaram restos de cadáveres regados com gasolina que os alemães não tiveram tempo de incinerar. Era uma mulher lindíssima e fascinante.
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