sábado, 26 de março de 2016

Arte Chinesa


Depois da revolta de Tiananmen em 1989 e com a repressão que se seguiu, o mundo da arte chinesa ficou quase desmantelado. Alguns artistas deixaram o país ou abandonaram a prática da arte, enquanto outros se retiraram para um exílio auto-imposto. O optimismo dos anos anteriores desapareceu. Esta é a segunda parte da exposição da M + Sigg Collection, apresentada no Museu de Hong Kong e abrangendo quatro décadas de arte chinesa. Coleccionadores nos Estados Unidos, Austrália e Europa também começaram a apoiar lentamente os artistas através da compra das suas obras que expressavam angústia e uma ironia malicioso. Afirmou-se um estilo que cimentou uma aproximação da arte contemporânea chinesa ao mercado da arte internacional. Em 1993 houve uma mostra intitulada China New Art, Post-1989 no Centro de Artes de Hong Kong. Incluía mais de 200 obras de 50 artistas e, mais tarde, viajou para o estrangeiro. Surgiram então experiências de vídeo e performance que testaram os limites da capacidade do artista para suportar condições extremas. Muitos deles fixaram-se numa área de Beijing referida como o "East Village", em homenagem a Nova Iorque. Mas o trabalho de artistas como Zhu Ming era tão controverso que acabaram por ser presos, acusados de fazer pornografia. Essa vaga de performances, documentada pelos fotógrafos Xing Danwen e Rong Rong, terminou em 1994. Quando a polícia fechou os estúdios. A partir de 2000, o cineasta Cao Fei vira as suas atenções para o trabalho monótono dos operários da fábrica Osram, descrevendo-a no vídeo, " Whose Utopia "? Actualmente a arte chinesa, em geral, está repleta de sub-textos políticos subtis. Daí que tenha metáforas e alusões que podem não ser apreendidas por audiências não-chinesas.  Escolhi duas imagens de épocas diferentes de que gosto muito. A primeira é Rainbow e a segunda, a preto e branco, tem o título de Curadores. O cinzentismo dos ditos.

Sem comentários: