segunda-feira, 25 de abril de 2016

Conversa com Paglia


"Eu sou uma feminista da igualdade de oportunidades, acredito que todos os obstáculos para o avanço das mulheres nas esferas políticas e profissionais devem ser removidos. Mas digo que há enormes áreas da vida humana que não são políticas, têm a ver com a nossa natureza espiritual privada que é um lugar onde a legislação será sempre impotente e sem esperança. Na verdade, intrusiva...O capitalismo fez a emancipação possível das mulheres.."

Camille Paglia referiu o sociólogo francês Pierre Bourdieu que morreu há uma dezena de anos. Ele criticou severamente o mundo da política e dos meios de comunicação. Estudantes de sociologia em todo o mundo estão familiarizados com conceitos tais como reprodução social, a violência simbólica e capital cultural..."

"Há muita gente a pensar que Foucault era uma espécie de figura inovadora na história da sociologia moderna ou do intelecto. E não é verdade.. Tornou-se quase uma espécie de doença. Em todos os lugares, em todas as universidades mesmo nos Estados Unidos, cada departamento de estudos de género estão impregnados de Foucault. É por isso que temos tantos graduados que não sabem nada".

"A base do meu trabalho, além do cuidado com a qualidade da escrita, é a observação. Eu estou sempre observando. Não fico sentada na universidade. Nunca vou a conferências. Isso é um erro terrível. Prefiro ouvir conversas no shopping..."

"Eu tenho um espírito libertário. É por isso que estou sempre a criticar livremente ambos os lados. Acho que um verdadeiro intelectual tem de se colocar acima dos partidarismos." 

" Eu não sei. Eu só acho que os economistas são figuras de diversão, por vezes, de desenhos animados. Só estou a julgar pelo que eu sinto".

"O ideal do Canadá é o consenso. Toda a gente é civilizada mas não pode sair do rebanho. Não glorifico o Canadá. O mesmo sucede na Noruega onde não não se pode ter uma opinião. Tem de haver o consenso". 

"Citar uma grande frase de Susan Sontag não é possível. A única frase que me lembre foi: a raça branca é o cancro da história. O seu trabalho tem cada vez menos significativo, mesmo que algumas pessoas tentem colocá-la num santuário. A sua vida foi andar de palestra em palestra, completamente afastada da vida comum". 

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