terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Futuro da Chinatown

A Chinatown de Nova Iorque tem sido uma opção para movimentos artísticos e colectivos radicais. Ao longo dos últimos meses, preocupado com a proliferação de galerias nesta zona, a brigada Chinatown Art e WOW Project iniciaram um debate sobre a ligação entre as galerias e a população histórica do bairro. Será que a arte reforçará as relações entre as comunidades? Por volta de 1969, um colectivo de jovens começou a reunir-se num armazém bafiento. Chamaram- lhe "Basement Workshop" e queriam desempenhar um papel na definição da ideia de asiático-americano. Organizaram programas culturais, publicaram a Bridge Magazine e montaram estúdios de coreografia, fotografia e cinema. Membros do Basement exigiam cuidados de saúde, empregos e recursos para as comunidades de cor. Alguns que aderiram à ideologia Maoista, achavam que o Basement deveria tornar-se uma organização revolucionária. Fundado por um grupo de artistas idealistas, o Cityarts Workshop liderou a prática do mural durante a década de 1970. Patrocinou uma série de murais em toda a cidade. Três dos seus projectos eram focados em narrativas chinesas instaladas sobretudo na Chinatown e no Lower East Side. O artista Alan Okada, que desenhou capas para revista Bridge, colaborou no mural Chinatown Today (1973) que ilustrou as questões do jogo e do trabalho sexual na Chinatown.
Destaca-se ainda o Asian American Art Theatre, fundado em 1982, e o Arts Centre que começou a exibir artistas visuais. Na exposição do Open Studio distinguiram-se artistas como Martin Wong e o jovem Ai Weiwei. A exposição mais conhecida foi uma resposta à repressão de Tiananmen Square, na China em 4 de Junho de 1989. Bob Lee, o director do Centro de Artes convidou uma série de artistas, asiáticos e não-asiáticos, a participarem. No início de 1990, o Centro de Artes organizou a  Star Star to Avant Garde. O espaço fechou em meados de 2000. Por volta de 1989, um grupo de curadores e artistas reunia-se com frequência nos restaurantes da Chinatown para falar sobre os seus objectivos e frustrações. Bing Lee, Ken Chu, Arlan Huang, Ik-Joong Kang e o curador e escritor Margo Machida foram os primeiros membros desses almoços de terça-feira. Acabaram por fundar em 1990 o Godzilla Asian American Artists Network, uma comunidade sem fins lucrativos. Byron Kim, um dos seus membros, mostrou as icónicas pinturas "Synecdoche" na  Bienal do Whitney em 1993. E Eugenie Tsai foi nomeado curador no Whitney Museum em 1994, onde organizou várias exposições. Actualmente surgiram inúmeras novas galerias, mas as rendas subiram imenso e o futuro de Chinatown é uma questão em aberto. Todos os bairros da downtown de Manhattan sofreram uma metamorfose devido ao poder do dinheiro.

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