quinta-feira, 13 de julho de 2017

Gary Indiana

Gosto de ler livros de memórias das figuras que aprecio. É o caso do artista plástico e escritor radical Gary Indiana. A revista London Review of Books considera-o um dos "críticos mais brilhantes que escrevem na América de hoje. Uma voz cáustica e mordaz, na linha de Joan Didion. Nos anos 80 costumava ler as crónicas que publicava no Village Voice. Tem uma visão genuína das artes plásticas. O livro revisita as primeiras quatro décadas da vida do autor, desde a sua infância em New Hampshire às passagens por San Francisco e Los Angeles durante os seus 20 anos, terminando com o Apocalipse pessoal angustiante que o catapultou da Califórnia para Nova Iorque que ele "interpretou como um sinal". No seu apartamento do East Village transformou as suas experiências da vida real em versões deformadas e exageradas. Nascido em 1950 na pequena cidade de Derry, Indiana, lembra o que foi crescer gay na época de Nixon. Os engates de todas as noites sem que o  prazer fosse exactamente o objectivo desses encontros. "Os tipos que eu engatava eram impermeáveis ​​às complicações emocionais", escreveu. Passou três a quatro meses em Cuba onde teve um namorado com quem tentou casar através da embaixada. Mas o grande amor da sua vida era Werner Schroeter. "Viajo porque levo a minha mente patra fora das circunstâncias contingentes que me cercam onde eu vivo. Ainda assim, está se tornando cada vez mais inútil viajar porque todos os lugares do mundo foram invadidos por turistas e tudo se parece cada vez mais como a América". Viveu em Berlim, Dublin e Marbella. Estudou em Berkeley. No campus conviveu com uma comuna de trotskistas frequentou um grupo de estudo de pesquisadores da Escola de Frankfurt com palestras por Herbert Marcuse que arrecadavam fundos para os Tupamaros, mas a sua comuna de Berkeley dedicava-se sobretudo ao cultivo de cactos peiote e cogumelos mágicos. É autor de sete romances na linha de Borroughs. Sexo e drogas, narrativa fracturada. Critico de arte implacável, arrasa figuras como Andy Warhol e Julian Schnabel.

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