quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Véu islâmico

A iraniana Vida Movahedi foi detida por se ter manifestado de cabeça descoberta na Praça Enghelab. Ela foi condenada por “incitamento à corrupção e libertinagem”, adiantou o advogado.
A jovem tornou-se o rosto de um protesto contra o uso do véu, rapidamente reprimido pelas autoridades. Como dezenas de mulheres que copiaram seu gesto, foi presa e multada. Actualmente decorre um polémica em França sobre o uso do véu islâmico. Enquanto, repetidamente, uma esmagadora maioria de franceses se opõe ao uso do véu, as elites parisienses, que vivem enclausuradas em bairros sem muçulmanos, longe da realidade  do país defendem com unhas e dentes uma prática  que muçulmanos esclarecidos denunciam abertamente. Essa obstinação em apresentar um sinal de submissão das mulheres como exercício da liberdade é um dos factores que hoje alimentam a rejeição da elite.
Nesta semana a Marianne publicou um fórum curto e incisivo assinado por 100 mulheres muçulmanas da França que denunciam o uso do véu. "Nós, os signatários deste texto, afirmamos alto e claro que o uso do véu é o sinal ostensivo de uma compreensão retrógrada, obscurantista e sexista do Alcorão. Velar mulheres é estigmatizar sua presença no espaço público. Torne-os cidadãos designados à identidade escandalosa de "subordinado ao suposto desejo dos homens". Gérard Larcher, presidente do Senado francês, sustenta que o uso do véu é uma liberdade". E ainda as chamadas celebridades que gostam sempre de aparecer nos jornais.
O correspondente do Washington Post em Paris ainda não acredita: na França, um hijab pode provocar uma controvérsia nacional. Nas colunas do jornal americano, James McAuley conta o caso do hijab desportivo Decathlon, não sem ironia. "Mais uma vez, a França entrou no melodrama da ideia de que as mulheres muçulmanas podem escolher o que vestir", escreveu num artigo publicado.

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