Enzo Cucchi

No MAXXI, Museu Nacional de Artes do Século XXI, em Roma, a exposição “Enzo Cucchi. "O Poeta e o Mago”, o catálogo editado por Bartolomeo Pietromarchi e Luigia Lonardelli. Não é uma retrospetiva clássica, mas antes um retrato inédito de um artista multifacetado e visionário, que soube manter uma tal coerência na diversidade que se tornou uma referência essencial também para as novas gerações de artistas. Com um percurso entre o neoexpressionismo americano e o Renascimento, Enzo Cucchi está ligado ao movimento de arte da Transvanguarda que explodiu nos anos 80 caucionado pelo crítico Achile Bonito. "Não se pode criar nada que não tenha a qualidade do signo, caso contrário torna-se algo que tem a ver com a decoração", disse Enzo Cucchi, indiscutivelmente um dos artistas contemporâneos mais consagrados da Itália, é conhecido por sua rejeição ao movimento de arte conceitual proeminente no auge de sua carreira, defendendo um estilo mais expressivo e figurativo. Cucchi operou na vanguarda do movimento Transvanguarda ("além da vanguarda") nas décadas de 1970 e 1980, que tentou derrubar a estética minimalista predominante e reintroduzir o simbolismo e a emoção na pintura. 

As obras de Cucchi frequentemente retratam paisagens áridas e pós-apocalípticas, e o lote atual não é exceção. O esquema de cores simples de preto e branco com amarelo brilhante é simultaneamente rígido e inesperadamente rico. A pintura também incorpora símbolos na paisagem. Existe uma espécie de diálogo entre a cultura material que os humanos criaram e o mundo orgânico que ela nunca consegue imitar ou superar. Enzo Cucchi consolidou-se como um dos principais pintores da década de 1980, um mestre em entrelaçar imagens intensamente simbólicas.

A pintura não só está viva, mas é essencial como sempre foi. Onde as influencias convergem, vindas de diversos territórios, incluindo, música, design, publicidade, fotografia, moda, cinema e história de arte. E Enzo Cucchi, um homem cultíssimo, recusou flutuar pela vida mas absorver tudo o que existe de profundo.O ambiente fortemente referencial oferecido por Roma, permitiu ao artista sentir uma profunda ligação com a beleza da história da arte italiana e com aquela mitologia perdida que há de ser redescoberta e traduzida para o contemporâneo. Esteve ligado à revista Six, fundada por Rei Kawakubo do Commes des Garçons, que explorava o sexto sentido. Colaborou com desenhos e também foi fotografado usando peças da marca. Enzo Cucci está na galeria Madragoa, Lisboa.