segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Naguib Mahfouz

Naguib Mahfouz, Prémio Nobel da Literatura em 1988. Entrevistado na Paris Review, quando lhe perguntaram se o povo egípcio estava pronto para a democracia, sublinhou que a maioria das pessoas preocupavam-se com o pão para comer, só os mais ilustrados compreendiam o significado da democracia. Ele sofreu na pele o desvario dos fundamentalistas. Omar Abdul Rahman, o sinistro clérigo cego, decretou-lhe uma fatwa. Chegou a ser esfaqueado na garganta quando saia de casa e viu-se obrigado a refugiar-se na Suécia. Alguns dos seus livros foram banidos nos países muçulmanos, em especial The Cairo Triology. Voltei a reler a novela Midaq Alley passada nos anos 40. É um beco sem saída, o cenário onde se movem os diferentes personagens. Sair daquele espaço sem margens seria uma viagem perigosa, uma escapada inútil. A vida está centrada no café Kirsha onde os homens bebem chá, fumam hachiche e assistem ao suceder das crises.

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