Participou na Bienal do Whitney Museum de 2017 que foi classificada por um jornal espanhol como a bienal da pós verdade. Carrie Moyer que mostrou uma pintura muito apelativa com o titulo de Glimmer Glass. Sublinhou nos audios da bienal: "Há certas coisas que pertencem ao reino das Belas-Artes, e estou dizendo isso com aspas no ar e há certas coisas que não pertencem. Algo parecido com glitter, que uso com frequência nas minhas pinturas, foi atribuído a uma espécie de sensibilidade infantil. No meu caso, eu trouxe isso para as pinturas porque estava pensando em combinar a minha própria história como artista lésbica e o tipo de sistema de signos da cultura gay em Nova Iorque nos anos 70 e 80".
Moyer é professora de História da Arte. Na sua abordagem da pintura destaca-se uma tónica muito presente na investigação. No processo, no fazer como. Nas experiencias com tintas, texturas e técnicas. Mas tem fronteiras visuais e códigos muito próprios. E obviamente, no discurso, uma dimensão social e politica de que não abdica desde a sua juventude. "Coisas como o realismo social estão de volta. Por causa do tempo em que vivemos, precisamos de uma nova mudança radical na arte. Para mim, essas coisas são uma rejeição do expressionismo abstrato", afirmou numa entrevista." Curiosamente há nas suas pinturas uma certa gestualidade quebrada pela força das cores fortes, do acento nas superfícies planas e da organização das composições que sugerem um aproximação ao design ou uma componente gráfica. No entanto podemos descobrir nelas uma sugestão de vibrações antropológicas. Do universo. do clima, da natureza. E, se quisermos testar a imaginação, do corpo.
Carrie Moyer não é exatamente uma pintora "formalista". Não procura a estratégia de criar uma narrativa nem se reconhece no vazio da pura abstração conceptual. Mas segue convictamente o legado da abstração americana. O que funciona na sua pintura é a imagem como tal. É a dinâmica dos azuis, dos amarelos, dos vermelhos, dos rosas, dos verdes. Sim, a luminosidade da cor que transporta para a tela todo aquela energia tão expressiva. "Os espaços que ela cria são simultaneamente profundos, biológicos, psicológicos e metafísicos", escreveu o critico Jerry Saltz na New York Magazine.
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