Pela primeira vez na vida saí de um filme a meio. O João Lopes tinha-me dito maravilhas de
Aurora do romeno
Cristi Puiu. Era uma longa chatice de três horas em que não acontecia rigorosamente nada de nada. O protagonista, no papel de um homem de meia idade interpretado pelo próprio realizador, limitava-se a vaguear pelos subúrbios de Budapeste. De vez em quando ia a casa e mudava de saco, num gesto sem sentido que só se percebe no final. Contou-me um amigo que, depois de matar quatro pessoas com uma carabina, o lacónico e mal encarado indivíduo entregou-se à polícia. Isso já não vi. Desejosa de acção, desandei dali para fora e encalhei num máquina da sala de jogos do Casino. Ganhei 25 euros e vinte cêntimos.
Sem comentários:
Enviar um comentário