domingo, 14 de novembro de 2010

Aurora

Pela primeira vez na vida saí de um filme a meio. O João Lopes tinha-me dito maravilhas de Aurora do romeno Cristi Puiu. Era uma longa chatice de três horas em que não acontecia rigorosamente nada de nada. O protagonista, no papel de um homem de meia idade interpretado pelo próprio realizador, limitava-se a vaguear pelos subúrbios de Budapeste. De vez em quando ia a casa e mudava de saco, num gesto sem sentido que só se percebe no final. Contou-me um amigo que, depois de matar quatro pessoas com uma carabina, o lacónico e mal encarado indivíduo entregou-se à polícia. Isso já não vi. Desejosa de acção, desandei dali para fora e encalhei num máquina da sala de jogos do Casino. Ganhei 25 euros e vinte cêntimos.

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