terça-feira, 29 de novembro de 2011

Jeffrey Sachs


Repito. Identifico-me com o pensamento do economista americano Jeffrey Sachs que figurou na lista das pessoas mais influentes do mundo da revista Time. Critica o sistema político dos Estados Unidos e a crise moral das sociedades onde a indústria do marketing e a televisão funcionam como "dark arts of manipulation". Coloca-se numa posição oposta a Paul Krugman, quando este defende o gasto para estimular a economia. Também não concorda com as teorias de James Galbraith que desvaloriza os défices. Na Conferência do Rio de Janeiro sobre a defesa do planeta afirmou que seria bom reconhecer duas décadas de fracassos no campo ambiental e assumir que o mundo não tem resposta para a crise. "Todos os líderes gostam de ficar na foto de família mas não querem enfrentar a realidade...Gostamos mais de ilusões mas chegou o momento de enfrentar a realidade", sublinhou. Sem dourar a pílula disse que o etanol extraído do milho não fazia qualquer sentido e que as energias renováveis ainda não são economicamente viáveis. Defendeu ainda que o debate do nuclear precisava de ser mais estruturado. Sobre a Grécia: "Ou os parceiros da zona euro encontram uma solução a longo prazo ou os desordeiros das ruas de Atenas acabam por empurrar de vez o sistema político para o abismo financeiro".
Jeffrey Sachs já ajudou, com imenso sucesso, a negociar as dívidas soberanas de países como a Polónia, a Bolívia ou a Nigéria. Mas acha que a Grécia, situada num patamar superior de desenvolvimento, é uma situação diferente. Propõe juros baixos na ordem dos 2% que permitem aos gregos pagar a dívida em 20 anos, sem entrar em defaut. Haveria ainda um fundo disponível do Banco Central Europeu para pagar aos credores no caso da Grécia não cumprir os compromissos. Obviamente que também se aplica a Portugal.

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