A agência NTV da Turquia informou que um atirador disparou três tiros no famoso editor-chefe do jornal Cumhuriyet que se encontrava no exterior do tribunal onde estava a ser julgado com a acusação de revelar segredos de estado e espionagem. Segundo a Reuters, o atacante gritou antes dos disparos "traidor". Can Dundar, aguardava o veredicto que pode ser prisão para a vida inteira. O presidente turco Tayyip Erdogan, que apresentou queixa contra o jornalista, declarou que ele estava a minar a reputação internacional da Turquia e prometeu que iria "pagar um preço alto". Tudo começou em 2014 com a divulgação de um vídeo que mostrava a agência de inteligência estatal da Turquia ajudando a transportar armas para a Síria. Erdoğan reconheceu que os camiões foram detidos por forças paramilitares turcas junto à fronteira com a Síria, mas garantiu que transportavam ajuda aos rebeldes Turkmen que lutam contra Bashar al-Assad e o Estado Islâmico. Há uma semanas atrás foi preso um jornalista holandês por ter escrito um tweet crítico do regime. "Não são apenas os que puxam o gatilho, aqueles que tornaram isso possível também dever definidos como terroristas", sublinhou Erdogan numa tentativa de convencer o parlamento a incluir jornalistas, políticos, académicos e activistas sob a alçada das leis anti-extremismo do país.
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