sábado, 2 de junho de 2018

Detroit-Berlim


O festival "Detroit - Berlim: One Circle" que explora a relação entre as duas cidades intrinsecamente ligadas desde os anos 80 pelo desenvolvimento do movimento Techno. Dimitri Hegemann, agora com 63 anos, foi o pioneiro do Tecno em Berlim.  E da intensa relação mantida com Detroit desde os anos 90. Activista cultural, está empenhado na renovação de espaços industriais. Anunciou que vai abrir um clube no Packard Automotive Plant, uma propriedade comprada pelo promotor imobiliário espanhol Fernando Palazuelo em 2013 por 400 mil dólares num leilão de hipotecas. Agora convidou Hegemann para parceiro do seu projecto que inclui ainda um restaurante pop-up, um hotel e uma galeria de arte. Um complexo cultural e de entretenimento que seria também uma homenagem às corridas de automóveis de Detroit. "Em qualquer prédio vazio vejo uma oportunidade. A cidade podia beneficiar economicamente, investindo no mundo das artes como sucede com Austin, Nashville ou New Orleans. Quase 30% dos 30 milhões de turistas de Berlim vem da vida nocturna, de acordo com as estatísticas oficiais. O Tecno de Detroit foi um trampolim para Berlim, mesmo que Detroit não se importasse com isso", disse Hegemann no painel do festival que termina hoje. Reuniu uma multidão de jovens que assistiram às palestras, debates, filmes e concertos de DJs de Detroit cujas carreiras ajudou a lançar há quase 30 anos. Foi o caso de Mike Banks e Jeff Mills, fundadores da Underground Resistance, um grupo politicamente activo que rejeitou a comercialização do Tecno e apoiou a juventude negra urbana.
Dimitri Hegermann, inspirado pela música futurista de Detroit, começou com a galeria de arte  Fischuro, inspirada no movimento Dadaísta.  Depois da queda do muro abriu o clube Tecno Tresor em Berlim oriental. Os terrenos foram vendidos e mudou-se para um edifício fabril em 2007. Chamou-lhe Kraftwerk. "Aquilo que era então subcultura, agora é uma indústria criativa. Detroit é para mim a meca da música na América. Tudo vem junto, do bebop ao hip-hop, do Iggy Pop ao techno, da Motown à Madonna. Uma história especial, uma energia especial. E depois há espaço acessível no centro da cidade - como era então em Berlim".

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