segunda-feira, 11 de junho de 2018

Majestic Splendor

Já disse há dias que Lee Bul é uma das minhas artistas de eleição. Agora tem uma grande exposição na Hayward Gallery de Londres que não abriu na data programada, devido à remoção fracassada de um trabalho intitulado “Majestic Splendor”. A instalação consiste em peixes mortos decorados com pulseiras de contas e jóias falsas, dentro de pequenos sacos de plástico presos à parede numa grade. Lee, que tem um trabalho eclético, fez uma versão desta peça em 1991 e desde então instalou-a várias vezes em instituições ao redor do mundo. Ao longo de cada exposição, os peixes são deixados a apodrecer, criando um cheiro fétido. Em 1997 o peixe foi apresentado no MoMA de Nova Iorque e teve de ser retirado. O cheiro deixou os guardas fisicamente doentes. Nos últimos anos, a artista acrescentou permanganato de potássio aos sacos plásticos para neutralizar o odor. A Hayward Gallery decidiu retirar o peixe da exposição apenas algumas horas antes da inauguração. Mas a desinstalação do trabalho provocou um pequeno incêndio, causando danos suficientes para atrasar a abertura. "A história parece ter sido tirada diretamente dos anais de The Onion, um conto de peixes vingativos e deslumbrantes que ilustra o absurdo da arte contemporânea e o quanto as galerias e os museus estão dispostos a realizar obras que são perigosas para as instituições que os abrigam"(Andrea Gyorody). Todavia, esta crítica de arte também reconhece que "Majestic Splendor" articula uma tensão convincente entre beleza e decadência, valores que foram fundamentalmente opostos na longa história da arte.

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