O conceptual não é um capítulo arquivado da história de arte. Não sou grande entusiasta do conceptual asséptico com direito a explicações incompreensíveis dos curators, mas aprecio quando trafica com as subculturas como é o caso do trabalho de Banks Violette que apresenta uma instalação de esculturas na Gladstone Gallery, em Chelsea, até 17 de Abril. Focado no punk, hardcore, black metal, clubes de motards e ambientes mórbidos explorou um universo que se inscreve no chamado New Gothic Art, um movimento surgido em 1997. "Queria perceber como a hostilidade pode ser activada nas expressões do mal, racismo e nacionalismo onde se evidencia também uma forte componente teatral", salientou. Nascido em 1973, é um dos mais fascinantes e provocadores artistas da sua geração. Colaborou com diversos músicos, incluindo Stephen O`Malley que integra a banda SunnO. Reciclou imagens e slogans, tendo recriado o cavalo branco da TriStar que é uma homenagem a Jack Goldenstein, autor do vídeo onde aparece o leão da MGM, que mantinha uma distância crítica da "alta" Cultura, aquela que as instituições colocaram num pedestal. Nesta exposição é notório que Banks Violette está a afastar-se das referências com que alcançou a sua reputação. Aderiu agora a uma estética mais abstracta e minimalista, mas menos divertida.
Quando Alberto Gonçalves menosprezou o hip-hop e a subcultura rap num artigo muito bem escrito e fundamentado não manifestava uma atitude reaccionária como afirmaram as cabeças pavlovianas que só conseguem pensar com clichés. Mais tarde vou pegar no assunto. Talvez fale do Dr Dree que entrevistei em Nova Iorque há uns anos atrás. Isto anda tudo ligado.
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