terça-feira, 12 de outubro de 2010

Lidija, the best

Entendendo-nos de uma vez por todas. Lidija Kolovrat não faz moda. Ela esconjura a moda. Utilizar o vocabulário banalizado da silhueta desta ou daquela maneira, da inclinação feminina ou masculina, da beleza e do glamour, não se ajusta ao trabalho desta criadora croata. Há que redefinir os conceitos. As peças convertem-se em esculturas de tecidos ou instalações tendo como suporte o corpo. Partem de ideias e impressões (os efeitos da gravidade na queda de um aranha-céus, vejam só!) que justificam o produto mal acabado com linhas à vista, as armas protectoras para minimizar os efeitos colaterais do choque. Cortar padrões assimétricos e pintá-los com as cores do tempo, instituir a desordem que provoca surpresa e até uma certa tensão perante o que não se percebe. São roupas enigmáticas, brutalistas, inquietantes, radicais e únicas. Sem mais retórica no discurso, convém evitar uma visão académica do assunto.

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