Os desfiles da
Comme des Garçons são sempre uma garantia de volumes e imagens fortes. Adoro o trabalho conceptual de
Rei Kawakubo. Não se trata de moda, mas de esculturas. É um discurso de formas corporais que desafiam qualquer banal ideia de "usáveis" ou "comerciáveis". Nesta colecção, apresentada na Semana da Moda de Paris, inspira-se nas bruxas poderosas de cabelos vermelhos e bocas escuras. Silhuetas esculpidas no veludo em tons de azul, numa evocação da personagem de
Isabella Rossellini no filme
Blue Velvet do cineasta americano
David Lynch. Os holofotes, ligados e desligados, incidiam no veludo diferenciando a intensidade dos brilhos. Numa entrevista, a designer japonesa afirmou: "Não gosto da palavra feminismo. Não gosto da palavra ambição. Gosto da palavra anti-sistema".
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