segunda-feira, 25 de novembro de 2019

A mudança de James Nares





Ao longo de uma carreira de cinco décadas, o britânico James Nares trabalhou com cinema, música, pintura, fotografia e performance para explorar o movimento e o desenrolar do tempo.O artista que vive e trabalha em Nova Iorque desde 1974, começou a criar as suas pinturas monumentais de pinceladas num registo gestual, feitas com pincéis fabricados por ele. O seu trabalho está incluído em muitas colecções públicas e privadas, incluindo o Museu Metropolitano de Arte, o Museu de Arte Moderna (MoMA) e o Museu Whitney de Arte. Acabou de encerrar uma retrospectiva no  Milwaukee Art Museum (desenhado por Santiago Calatrava) intitulada Moves. Em NYC estudou na Visual Arts School e começou a carreira numa cena underground de músicos, cineastas e artistas. Participou na banda Contortions de James Chance e nos Bizantinos com Jim Jarmusch. No início dos anos 80 começou a trabalhar nas suas pinturas caligráficas, usando pincéis e dispositivos da sua própria autoria para criar peças intuitivas e de toque único, utilizando um aparato especial que lhe permitia criar pinturas em grande escala suspensas no tecto, para para obter uma sensação de leveza e movimento. Em 2013  fez uma exposição na galeria Paul kasmin onde apresentou pinturas de executadas com a mesma tinta termoplástica usada em alcatrões e estradas.
Na pintura admitiu ter uma ligação com os expressionistas abstractos."Eu acho que a conexão está lá - isso é muito óbvio - mas o que eu faço é anti-isso, pois é muito repetitivo. Tudo no meu estúdio se move em círculos". As suas pinturas possuem um tipo de beleza turbulenta. Ultimamente inspirou-se na textura das ruas de Nova Iorque. O granito é o protagonista. A sua última exposição com o título de Monuments é sobre as pedras que compõem  as calçadas de Manhattan. Na actual série de oito pinturas de 2018 e 2019 usa folha de ouro de 22 quilates que pode ser entendida como uma critica  ao luxuoso empreendimento de Hudson Yards. Entretanto aconteceram grandes mudanças na sua vida. Foi obrigado a mudar-se do seu estúdio em West Chelsea, onde o aluguer duplicou, para um novo espaço em Long Island City, Queens. E ainda mais, depois de ter constituído uma família e de vários casamentos apresentou-se publicamente como mulher na presença de amigos artistas como Walter Robinson e Julian Schnabel que aceitaram naturalmente o facto. Tem recebido telefonemas de todo o mundo. 

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