É um artista da memória colectiva e individual. Francesc Torres, fixado nos Estados Unidos desde 1984, vivia num apartamento a 300 metros do Word Trade Center quando aconteceu aquele horroroso atentado que matou milhares de pessoas. Desta proximidade física e emocional surgiu um projecto fotográfico com o título de Memory Remains. O artista captou 176 imagens a cores dos objectos que restaram da queda das Twin Towers, agora guardados no Hangar 17 do aeroporto Kennedy. Carros, barras, carris...evocam as memórias e os traumas do ataque. Depois de Barcelona, Londres e Madrid a exposição vai estar no International Center of Photography de Nova Iorque.
Nascido em Ibiza, Francesc Torres tem uma obra extensa e coerente, articulada à volta da instalação realizada com meios como a fotografia, o vídeo e os sintetizadores. O entusiasmo dos vinte anos levou-o a participar no mítico e poético Maio de 68. Regressou a Barcelona e aderiu ao PCE. Em 1972 muda-se para Chicago que foi o ponto de partida no plano artístico e também de uma profunda mudança, enquanto pessoa. Ajustou contas com o legado histórico do comunismo e abriu um diálogo com a sua memória pessoal. A obra Accidente, uma instalação de 1977, Torres qualificou-a de peça profética ou de antecipação que "previu a queda do Muro de Berlim". Consistia numa motocicleta meio destroçada por um acidente, pintada de vermelho. Havia ainda uma projecção de duas películas Super 8 onde aparecia Kruschov levantando repetidamente a mão numa Assembleia da ONU. A metáfora.
adios amigos
Há 9 anos
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