quinta-feira, 30 de maio de 2013

Henry Miller

"...A solidariedade é para os escravos que ficam à espera até que o mundo se transforme num enorme covil de lobos, para depois se atirarem todos juntos e desatarem a rasgar e despedaçar o que lhes aparecer pela frente, como animais invejosos. Rimbaud era um lobo solitário. E não se escapuliu pela porta das traseiras com o rabo entre as pernas. Não, nada disso. Assoou-se ao Parnaso, e aos juízes, aos padres, aos professores, aos críticos, aos condutores de escravos, aos ricaços e aos palhaços que constituem a nossa distinta sociedade cultural..."
"...Mas dizia eu que Rimbaud não estava preocupado com o facto de não ser aceite... é que desprezava as satisfações mesquinhas que a maior parte de nós anseia. Percebeu que era tudo uma fedorenta porcaria, percebeu que tornar-se em mais um número histórico não o levava a lado nenhum. Queria viver, queria mais espaço, mais liberdade: queria exprimir-se, fosse como fosse. E portanto disse: "Vai-te foder! Vão-se foder todos!" E, dito isto, abriu a braguilha e pôs-se a mijar sobre as obras..." (Henry Miller in O Tempo dos Assassinos)

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