terça-feira, 28 de maio de 2013

Jim Carroll

Reli Basketball Diaries, um livro do poeta e músico americano Jim Carroll, que comprei na Strand de Nova Iorque há uns cinco anos atrás por 4 dólares. Há dias tentei alugar o filme Um Grito de Revolta, baseado nesta obra autobiográfica e protagonizado por Leonardo DiCaprio, e não consegui porque só havia umas cópias em VHS. Estupidamente, sugestionada pela sociedade de consumo, deitei fora o meu antigo aparelho Phillips tal como sucedeu com os vinyls. Assisti a um concerto de Jim Carrol (1949-2099) e apercebi-me de que não conhecia limites. Era um ruivo lindíssimo e talentoso que se deixou seduzir pelos demónios da heroína. Quando morreu parecia um fantasma, ossos e pele com cicatrizes interiores e exteriores mal curadas. Filho de irlandeses católicos cresceu no Lower East Side onde era a única criança branca que brincava nas ruas habitadas por assustadores rufias. Frequentou a elitista Trinity School graças a uma bolsa de estudo. Dotado de um porte atlético, tornou-se uma estrela do basquetebol. Iluminado pelo fulgor de Rimbaud, começou a escrever poesia e logo se destacou no projecto da St. Mark in-the-Bowery onde também estava envolvido Sam Shepard. Mas a droga conduziu-o a um caminho trágico. Adito ao "cavalo" chegou a prostituir-se, tipo cow-boy da meia noite, na desolada zona do Meatpacking District. O instinto de destruição apoderara-se dele, empurrando-o para o dark side. "No bairro onde vivi não podia dizer às pessoas que estava a escrever poesia, uma actividade que logo associavam a maricas", afirmou. Aos 22 anos chegou a ser nomeado para o Pulitzer de Poesia. Viveu no Chelsea Hotel durante algum tempo e frequentava a Factory de Andy Warhol. Manteve-se sempre muito ligado a Patti Smith que o salvou de uma overdose.    

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