domingo, 26 de março de 2017

Geração conformista?

Alguns economistas e investidores discutem as condições financeiras dos millenialls. De acordo com o Federal Reserve Bank de Nova Iorque os salários para o típico pós-graduação de universitário a trabalhar em tempo integral aumentaram apenas 1,6 por cento nos últimos 25 anos, depois de ajustar a inflação. Os encargos da dívida estudantil para o grau de bacharel típico aumentaram cerca de 163,8 por cento. O Huffington Post explicou que em 1990, a dívida do universitário típico formado era equivalente a 28,6 % dos seus ganhos anuais. Até 2015, esse número tinha disparado para 74,3 por cento. "Os salários estagnados e o salto nos níveis de endividamento dos estudantes provocaram uma preocupação crescente entre os formuladores de políticas governamentais e os executivos da indústria financeira, pois os riscos da dívida estudantil diminuam o crescimento económico dos Estados Unidos enquanto os agregados familiares reduzem os seus gastos para fazer face aos pagamentos do empréstimo do estudante" (Marc Faber). Desde 2004, a taxa dos donos de casas abaixo dos 35 caiu para 21 por cento. Vários estudos mostram que os proprietários tendem a votar mais do que os inquilinos. Será que a geração milénio desistiu da democracia? Perguntou o The Guardian num debate, concluindo que era menos interessada na democracia do que seus pais ou os mais velhos. Uma das acusações feitas ao millenialls é a apatia política. Mas o problema real poderia ser ainda pior. Parece que muitos membros da Geração Y poderiam estar prontos a apoiar um ditador. Um levantamento sobre as atitudes políticas conduzido pelo Lowy Institute de Sydney descobriu que apenas 42% dos australianos entre os 18 e 29 anos de idade pensavam que a democracia era "a forma de governo mais preferível", em comparação com 65% dos de idade superior a 30 anos. Os próprios milenaristas, perguntados por que não apoiam a democracia, dizem que "só servem os interesses de uns poucos" (40%) e que não há "diferença real entre as políticas dos principais partidos" (32%). Um mal-estar semelhante é expresso nas democracias ocidentais. Sem surpresa, a geração milenar é a menos empreendedora de todas. De acordo com Tyler Cowen, os milenaristas são "os portadores ideológicos mais comprometidos com o novo espírito de complacência".

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