O sociólogo catalão
Manuel Castells, quanto a mim um dos pensadores actuais mais influentes, numa entrevista ao jornal
Globo afirmou que a ausência de líderes nos protestos é um salto qualitativo. "Na rua está a sociedade na sua diversidade, desde as pessoas de direita à esquerda, os revoltados, os sonhadores, os loucos, os realistas e humoristas...toda a gente. O anormal seriam as legiões da ordem organizadas e lideradas por burocratas partidários", afirmou este sociólogo cujas análises incidem sobre os efeitos da tecnologia na economia, na cultura e sobretudo no activismo. Considera o movimento nascido em São Paulo como uma lufada de ar fresco contra a corrupção e a arrogância dos políticos que qualifica de "burocratas preguiçosos". Também sublinha o facto dos protestos, que irão certamente contagiar os países vizinhos, surgirem fora dos partidos "altamente burocratizados" e dos sindicatos que não podem continuar a ter o monopólio do poder. Critica ainda a "ideologia do crescimento pelo crescimento" que já começa a ser desmistificada. O crescimento interessa para resolver os problemas sociais, o que não sucedeu no Brasil.
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