Ao contrário de outros seus contemporâneos do mundo do foto-jornalismo que se centram no "momento decisivo" seguindo
Henri Cartier-Bresson, o estilo de
Sebastião Salgado gira em torno de um eixo mais lento. Trabalha dentro da tradição da "fotografia comprometida". Junto com a esposa
Leila, montou a organização ambiental
Instituto Terra para restaurar parte da mata Atlântica e estabelecer uma reserva natural. Nos anos 80 e 90 documentou a vida dos mineiros, pescadores, apanhadores de chá e de outras pessoas envolvidas no trabalho manual industrial. No projecto
Migrações fotografou em 35 países gente migrante, desde mexicanos contrabandeados para os Estados Unidos, judeus que fugiam da União Soviética, africanos que tentam alcançar a Europa.
Salgado descreve o seu último projecto como "uma carta de amor dirigida à natureza". É o culminar de oito anos que passou a captar imagens de partes do mundo não contaminadas pela vida moderna. Paisagens intactas, animais selvagens e comunidades remotas. Esta série com o título de
Genesis encontra-se exposta até 2 de Novembro no
Palazzo della Ragione, em Milão.