Black Flag

Camper

Desde que Romain Kremer foi nomeado director criativo da Camper em 2014, a marca tornou-se excitantemente conceptual. Filmes curtos e surrealistas cada vez mais extravagantes tornaram-se a peça de resistência desta marca de calçado. O fotógrafo Daniel Sannwald e a estilista Anna Trevelyan voltaram a ser novamente convocados para criar a campanha S/S 2018 recém-lançada. Nesta temporada, os modelos foram desenhados de forma divertida para exibir retratos escolares no estilo dos anos 90, com cada personagem mostrando um novo sapato diferente.

"Protesto" Dior

A revolta de Maio 1968 vai fazer 50 anos. Paris foi tomada por protestos, greves, manifestações, ocupações de fábricas e universidades. Na lógica da sociedade de espectáculo e do capitalismo disfarçado de insurgência chique, uma marca de luxo como a Dior usou o protesto d 68 como  inspiração. No desfile de Outono-Inverno 2018/19 apresentado na Semana de Moda de Paris, a "revolução" aqui é tratada mais para reivindicação de direitos iguais entre gêneros e a liberação feminina. Também está na moda. No primeiro look, a blusa de tricô usada pela musa da marca Ruth Bell já avisa que “a resposta é não, não, não e não!”O artesanal flower power expresso nos bordados,  patchworks, bordados e macramês. Mas há ainda o couro preto, a alfaiataria e as botas. Os anos 70 que despontavam em 68 é que climatizam a coleção.

Dolce & Gabbana

No desfile de Outono-Inverno 2018/19 da Dolce & Gabbana houve  a surpresa dos drones. Os objetos voadores apresentaram os novos modelos de bolsas, dominando o espaço. A esses “anjos hi-tech” de “fashion devotion" juntaram-se figuras renascentistas estampadas nas peças apresentadas. Jaquetas bomber de seda (com asas de querubins saindo das costas) e saias com gravuras religiosas apareceram ao lado dos brocados, das rendas e dos paetês. Depois dos roupões de zebra e volumosos vestidos onde dominavam as transparências, uma peça com a imagem de Virgem Maria combinada com botas de cowboy encerrou o desfile.

Kurz e Putin

Sebastian Kurz, o jovem chefe do governo da Áustria, encontrou-se com Vladimir Putin e pediu a Bruxelas para "reverter as relações tensas" com a Rússia. É a primeira visita do chanceler austríaco fora do continente com uma demanda que ameaça a unidade da UE sobre a situação da Rússia. Ambos os países tradicionalmente têm laços estreitos e a nova coligação de centro-direita é considerada amigável para a Rússia. A reunião centrou-se no fortalecimento do comércio bilateral, das relações energéticas e do relacionamento da Rússia com o bloco europeu. Kurz disse que pretende resolver os conflitos na Ucrânia e na Síria.: "É uma situação terrível, a Rússia tem a responsabilidade de desempenhar um papel na paragem do derramamento de sangue por lá. Nós, a União Europeia temos expectativas claras de que a Rússia vai cumprir a sua responsabilidade aqui e contribuirá para que o derramamento de sangue seja interrompido".

Nuno Viegas

É conhecido como Metis. Nascido em 1985, no Algarve (Faro), Nuno Viegas foi o fundador do colectivo de arte Policromia Crew. Em 1999, como ponto de partida, envolveu-se na expressão do graffiti. Mudou-se para Roterdão em 2004 onde descobriu a pintura, tendo como fonte de inspiração a subcultura do hi-hop.  Além das exposições em Berlim, Holanda e Londres, participou numa no Juxtapoz Clubhouse em Miami Art Basel 2017.

Jornalista asassinado

O jornalista de investigação Ján Kuciak, foi encontrado morto na sua casa, obviamente assassinado. Com 27 anos, formou-se no Departamento de Jornalismo da Universidade Filosofal de Constantino em Nitra (onde também era estudante de pós-graduação) e já tinha trabalhado no diário Hospodárske Noviny. Mais tarde, começou a trabalhar para o site Aktuality.sk. Estava escrevendo, entre outras questões, sobre fraudes fiscais relativas ao bloco de apartamentos Five Star Residence e sobre o empresário Ladislav Basternak, um dos principais políticos do partido Smer. O chefe da polícia, Tibor Gašpar, confirmou a morte de Kuciak e da sua mulher Martina Kušnírová numa conferência de imprensa. Também observou que nunca se registou um ataque deste tipo a um jornalista na Eslováquia. O assassinato tornou-se uma notícia internacional. Repórteres sem Fronteiras (RSF) pediram às autoridades para garantir que "os responsáveis ​​sejam punidos". É o segundo jornalista a ser assassinado num país da União Europeia nos últimos cinco meses.

Dali sempre vivo

Uma pintura de Salvador Dali foi descoberta, depois de estar perdida durante 75 anos. O surrealista  espanhol nunca foi esquecido. Desde calções da Disney até reivindicações de paternidade falhadas,  detalhes emergentes da vida do artista leva-nos a falar constantemente sobre o seu trabalho. Nicolas Descharnes, um estudioso de Dalí, confirmou que a pintura sem título era autêntica numa entrevista à Artnet. A pintura foi criada em 1932 e parece ser inspirada numa janela exterior da casa de Port Lligat onde Dalí e Gala viveram entre 1932 e 1982. Casa que é agora um museu aberto ao público. A obra está em exibição na Galeria Heather James, em Nova Iorque. Duas pinturas de Dali, vendidas a uma condessa argentina nos anos 30, também foram recentemente redescobertas. Intituladas Maison Pour Erotomane (1932) e Gradiva (1931), com um valor estimado de 1.2 e 1.8 milhões de libras, vão a leilão na Sothebys de Londres, em 28 de Fevereiro.

David Bowie

Até 23 de Fevereiro o Morrison Hotel Gallery de Nova Iorque apresenta uma exposição e venda de todas as imagens de David Bowie, sobretudo das suas personagens mais emblemáticas, captadas por lendários fotógrafos como Lynn Goldsmith, Bob Gruen, Guido Harari, Geoff MacCormack, Terry O'Neill, Neal Preston, Mick Rock, Masayoshi Sukita, Barry Schultz e Barrie Wentzell. Fotos que  narram a carreira do artista inovador que mudou para sempre a cena musical.

Sufjan Stevens

Sufjan Stevens vai actuar no evento do Oscar em 4 de Março, cantando a sua música nomeada Mistery of Love que é a banda sonora do filme Call Me By Your Name. 

A imagem

Angelina Jolie é capa da revista Elle de Março. Fala das mulheres na política e do seu trabalho de activista.

Neil Beloufa

O artista franco- argelino Neïl Beloufa (1985) tem actualmente uma exposição no Palais de Tokyo, em Paris, com o título de Enemy of My Enemy que inclui, esculturas, objectos, textos e imagens que "criam uma visão caótica e fragmentada da forma como a história está escrita e o poder é legitimado na era contemporânea". De acordo com o site da instituição, inspira-se numa ampla gama de media, incluindo propaganda, publicidade e videogames. Mas acabou por retirar uma imagem do americano Parker Bright depois deste ameaçar ir a França para protestar contra a exposição. O trabalho em questão é um espelho reflectindo uma imagem de Bright, que se insurge contra uma pintura de Dana Schutz baseada na fotografia do cadáver de Emmett Till, o adolescente afro-americano que foi assassinado no Mississippi em 1955. A peça provocou um debate feroz sobre a raça, a violência e a ética da representação. Depois de saber que Beloufa usou a imagem sem o seu consentimento, Bright lançou a campanha GoFundMe on-line que visava angariar 1.500 dólares para pagar uma viagem a França onde queria organizar um protesto dentro do espaço. "As imagens do meu trabalho e do meu corpo como artista negro já foram usadas antes sem permissão. Estou sendo usado como matéria-prima, tal como Dana Schutz fez com Emmett Till  na Whitney Biennial. Apesar do pedido de desculpas de Beloufa e do curador, continua disposto a deslocar-se a Paris. A sua campanha  já arrecadou 2.626 dólares.

Perucas púbicas

A marca Kaimin, que já fez roupas para Lady Gaga e Björk, colocou um acessório inusitado na passarela da Semana de Moda de Nova Iorque: perucas que imitam pelos pubianos de vários tamanhos e estilos. Também conhecidas como merkins, surgiram por volta de 1600 e eram usadas por prostitutas para se prevenirem de doenças sexualmente transmissíveis ou disfarçarem algum possível sintoma. E são freqüentemente usadas em filmes e programas de TV.

Cidades mais ricas

Foram reveladas as 15 cidades mais ricas do mundo e a lista contém algumas surpresas. Os dados adquiridos pelos investigadores reflectem a quantidade total de riqueza privada de todos os indivíduos que vivem nas cidades da lista. Ao contrário das classificações tradicionais, o top 15 não se baseia no Produto Interno Bruto (PIB), mas reflecte uma análise que abrange todos os activos, como propriedade, caixa, acções e interesses comerciais, excluindo passivos. Os fundos do governo estão incluídos.

Nazis Atomwaffen

 

Inside the Secret Chat Logs of American Nazis (Ver vídeo propublic.org). É sobre um grupo de supremacistas brancos denominado Atomwaffen que significa em alemão "armas nucleares". Abraça a ideologia do Terceiro Reich e prega o ódio contra minorias, homossexuais e judeus. Produz vídeos no YouTube onde mostra membros armados queimando a Constituição dos EUA e incendiando a bandeira americana. Mas a organização, em geral, protege o segredo das suas operações e impede os membros de falar com os media. O grupo pode ter até 20 células em todo o país, pequenos grupos de tamanho indeterminado no Texas, Virgínia, Washington, Nevada e outros lugares. Segundo uma investigação da Propublica, os membros do Atomwaffen discutíram o uso de explosivos para anular os sistemas públicos de água e destruir partes da rede elétrica. Elogiam Timothy McVeigh, o ex-soldado que bombardeou o prédio federal Alfred P. Murrah em Oklahoma City em 1995 e Anders Breivik, o extremista norueguês que matou 77 pessoas. O chefe do grupo é John Cameron Denton de  24 anos que, como se pode observar na foto, tem um rosto angelical. Cresceu em Montgomery, no Texas, uma pequena cidade perto de Houston. Há fotos dele com armas de combate, calças de camuflagem e t-shirts pretas embutidas com os logotipos de bandas do National Metal Socialist Black Metal, um subgênero de musica heavy metal que mistura temas satânicos e nazis." A política é inútil. A revolução é necessária ", disse Denton num post de conversa que expressa a visão de mundo de Atomwaffen.

Damien Hirst

Eis um vislumbre da nova série de pinturas de Damien Hirst inspiradas no pontilhismo de Bonnard. Vão ser exibidas na galeria Gagosian de Los Angeles a partir de 1 de Março. O polémico artista afirma que, enquanto estudante, ficou deslumbrado com as obras de Willem de Kooning e Pierre Bonnard no Centro Pompidou, em Paris. "Ambos os artistas me influenciaram. Sempre amei Bonnard e a sua cor. Como é possível não amar a cor? Luz solar nas flores, foda-se tudo o resto". Hirst compara a superfície dos trabalhos com os biscoitos de gemas, um favorito de infância das crianças britânicas que cresceram nos anos 70 e 80. "A textura dessas pinturas me lembra alguns doces que eu costumava roubar da minha mãe quando era criança. Estavam num saco como batatas fritas e eram um monte de açúcar de cereja muito colorido", relata. Hirst também traça paralelos com a capa do álbum que o diretor de arte britânico e designer gráfico Peter Saville criou para os ainda desconhecidos Joy Division. 

Sue Williams

A Skarstedt Gallery de Nova Iorque apresenta até 21 de Abril Sue Williams: Paintings 1997-98. Trata-se de uma exposição do trabalho da artista, nascida em 1959, que abrange dois anos de sua carreira inicial. Esta colecção de obras de óleo e acrílico em tela representa "o interesse da artista na abstração da experiência humana". Mas Sue Williams que na opinião do crítico de arte Jerry Saltz  era uma espécie de "Cy Twombly com um toque feminista", desapareceu de cena na voracidade do mercado actual em que se fabricam nomes de acordo com o interesse dos colecionadores e da sociedade de espectáculo que nunca esteve tão pujante.

Songs for Sabotage

Até 27 de Maio decorre no New Museum de Nova Iorque a quarta trienal de arte contemporânea denominada Songs for Sabotage que se propõe desconstruir as relações entre as imagens, a cultura e as estruturas de poder entrincheiradas e propõe intervenções ​​na realidade dos nossos sistemas construídos. Inclui obras de 30 artistas, destacando-se a russa Zhenya Machneva, o ilustrador de Hong Kong Wong Ping e o coletivo grego Núcleo. Os curadores, Gary Carrion-Murayari e Alex Gartenfeld, enquadram a exposição com uma percepção dos desafios que a sociedade enfrenta. "A tarefa implícita da Trienal é contrastar o espírito do internacionalismo - solidariedade, diversidade, autonomia - com os processos dominantes da globalização, observar e propor pontos de conexão que possam ser liberatórios, em vez de simplesmente avançar a agenda do neoliberalismo, introduzindo jovens profissionais internacionais no mercado", dizem no catálogo.

Margarida Mendes

Na Trienal 2018 do New Museum de Nova Iorque intitulada Songs for Sabotage foi apresentado Deep Sea Mining que é uma web série de cinco episódios dedicada ao tema da mineração em águas profundas, uma nova fronteira de extração de recursos no fundo do oceano, iniciada nos próximos anos. As empresas de mineração já estão arrendando áreas em águas nacionais e internacionais para extrair minerais e metais como manganês, cobalto, ouro, cobre, ferro e outros elementos das terras raras do fundo do mar. Os principais sites visando a exploração futura são o Mid-Atlantic Ridge e a Clarion Clipperton Zone (Oceano Pacífico) em águas internacionais, bem como as ilhas de Papua Nova Guiné, Fiji, Tonga, Nova Zelândia, Japão e o arquipélago português dos Açores. No entanto, os impactos potenciais nos ecossistemas de águas profundas ainda não foram avaliados pela comunidade científica. Este trabalho foi desenvolvido em colaboração com Margarida Mendes, curadora e activista de Lisboa.

A imagem

Francis Picabia, "Femmes au bull-dog" (1941)

Isaac Gracie

Jil Sander

A coleção Spring/ Summer 18 da Jil Sander foi a estréia da dupla de designers Lucie e Luke Meier. O casal (marido e mulher) concentrou-se no legado da marca baseado no minimalismo estruturado e sensual para esta temporada, que foi exibido ao ar livre, numa imensa estrutura de Zaha Hadid em Milão. Os fotógrafos Jeremy Everett e Emma Wyman captaram a vibração desta marca nascida em Hamburgo.

ZONA MACO

Na segunda semana de Fevereiro realizou-se a Feira Internacional de Arte da Cidade do México que abrange a ZONA MACO e The Material Art Fair 2018. É um evento que mostra a vitalidade da arte latino-americana actual. Artistas mexicanos como Gabriel Orozco, Miguel Calderón e Yoshua Okón deixaram o México temporariamente para os Estados Unidos. E deram projecção ao país. A retoma económica gradual e o dinamismo cultural da cidade começaram a atrair artistas estrangeiros. Melanie Smith e o artista belga Francis Alys criaram uma galeria, os centros de artistas começaram a aparecer e os museus que tradicionalmente se concentraram exclusivamente em artistas mexicanos começaram a apresentar uma variedade de trabalhos do exterior. No  século XXI, a Cidade do México está vivendo uma verdadeira "movida" artística internacional. O baixo custo e a alta qualidade da produção, a rica história do país e a inspiradora vida na rua continuam a atrair artistas de todo o mundo. A ZONA MACO, que é a maior feira internacional de arte da América Latina, este ano reuniu 170 galerias de 27 países. Obras de artistas como Jeff Koons, Robert Rauschenberg, Louise Nevelson e John Chamberlin estavam lá. Destaco um trabalho de Eugenia Martinez (primeira imagem), a peça de Orly Anan, intitulada Cena sin jamón, e o crâneo de James Verbicky.

Zizek contra PC

 "...Seja qual for o pensamento das minhas teorias, uma delas é a rejeição crítica do desconstrucionismo pós-moderno e da destruição da ciência moderna como outra "prática discursiva", cujo "efeito da verdade" deve ser historicamente relativizado. Há um ano ou mais, quando questionei a correção política e alguns aspectos do movimento LGBT + (e algumas outras coisas problemáticas para a "esquerda radical" de hoje, como a posição predominante em relação aos refugiados), não só fui submetido a uma longa série de ataques extremamente brutais, mas também  gradualmente excluído da media pública. Agora, o meu único acesso à media em inglês é de três sites digitais: The Independent, Russia Today e um canal do Los Angeles Review of Books. Os dias em que consegui publicar comentários no The Guardian e ocasionalmente, mesmo no New York Times, já foram embora, e até mesmo In These Times se recusa a me publicar. O aspecto cômico de tudo isso é que muitas vezes sou atacado no mesmo texto pelo meu alegado racismo eurocêntrico e do lado oposto pelo meu pretenso ódio da tradição ocidental ... Parte dessa comédia são muitas reações ao meu texto no The Independente: lendo-os, tem a impressão de que estou apenas atacando um lado e não indicando como ambos os lados estão recorrendo às mesmas estratégias de mentir sob o pretexto da verdade..." ( SLAVOJ ŽIŽEK)

Randi Matushevitz

A artista Randi Matushevitz inaugura no dia 17 de Março uma exposição com o título de CONUNDRUM na Art Association / Gallery 825 de Los Angeles. As suas imagens são configuradas em atmosferas construídas com camadas de carvão, pastel e tinta spray em papel ou tela. Ela pinta e desenha, pulveriza e raspa, manchas, colagens e repetições. Fala dos problemas e das promessas da globalização e das ameaças aos recursos ambientais no século XXI. O historiador de arte Donald Kuspit escreveu sobre a visão de Matushevitz em 2000 dizendo que ela tem um "estilo falsamente ingênuo para sublinhar a verdade visceral". Destacam-se detalhes específicos na sua narrativa, tais como helicópteros, carros, flores, aviões, tendas, cercas, botas de trabalho e textos rabiscados.