Cinco obras de
Paula Rego figuram na exposição colectiva “
All Too Human: Bacon, Freud and a Century of Painting Life”, que inaugurou ontem no
Tate Britain, em Londres. A exposição reúne cerca de cem obras de 22 artistas britânicos modernos, com destaque para Lucian Freud, Francis Bacon, Stanley Spencer, Michael Andrews, Frank Auerbach, Francis Newton Souza ou Leon Kossoff. "As emoções não precisam de entrar na minha pintura. Tento fazer com que a imagem seja tão próxima da verdade quanto possível", afirma artista portuguesa de 82 anos. E lembra que foi mais aceite de início em Portugal, "apesar de ser um regime tradicional e repressivo", do que na Inglaterra onde vive. "Eu apresentava o meu portfólio nas galerias de Londres e eles passavam as páginas sem olhar para o trabalho. O dono de uma galeria disse que gostava muito, mas aconselhou-me a cuidar dos filhos. Eu respondi que já tinha três filhos, o que não me impedia de funcionar. Isso foi nos anos 60 e 70. Só na década de 80 é que
Robert McPherson me pediu para expor na
Air Gallery". Elena Gripa, curadora da
Tate elogiou a forma como a portuguesa usa, nos seus quadros, personagens femininas, sejam vítimas ou culpadas ou retratadas de uma forma sexualizada em composições encenadas, criando um novo estilo.“De certa forma sinto que apenas uma artista mulher poderia conceber estas mulheres", sublinhou.
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