Hoor Al Qasimi

A Bienal de Sharjah é uma grande exposição de arte contemporânea que acontece na cidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. A primeira Bienal ocorreu em 1993, e foi organizada pelo Departamento de Cultura e Informação de Sharjah até à sua reorientação, em 2003, por Hoor Al Qasimi. Com o mestrado em curadoria de arte contemporânea pelo Royal College of Art de Londres é presidente e diretora da Sharjah Art  Foundation. É filha do Sheikh Dr. Sultan bin Mohammad Al-Qasimi, o governador de Sharjah. No entanto, Hoor está trilhando o seu próprio caminho no setor cultural. Sob a sua liderança, a Bienal de Sharjah foi repetidamente classificada como uma das dez melhores bienais do mundo entre as centenas de exposições internacionais.

Em 2018, juntamente com Salah Hassan, Qasimi também criou o Africa Institute, um think tank para estudos africanos instalado num novo edifício projetado por David Adjaye adjacente ao Africa Hall, um local construído em Sharjah na década de 1970 como um lar para afro-americanos. -Intercâmbio árabe e programação cultural para a considerável população africana da cidade (principalmente da África Oriental). Embora Qasimi seja diretora, o Instituto é uma entidade independente e distinta da sua fundação e, além da arte, seus interesses dizem respeito a padrões de migração global, legados de escravidão e colonialismo, direitos à água e estudos cívicos.

Revistas

 

Kiluanji Kia Henda

O artista angolano Kiluanji Kia Henda foi selecionado entre mais de 140 artistas plásticos para participar na 15.ª edição da Bienal de Sharjah, em 2023, nos Emirados Árabes Unidos, após uma interrupção de dois anos, na sequência da pandemia da Covid-19. A edição de 2023 foi concebida pelo curador Okwui Enwezor antes da sua morte, em 2019.  A Bienal vai ter a curadoria do diretor da Sharjah Art Foundation (SAF), Hoor Al Qasimi, sob o título ‘Pensando Historicamente no Presente". 

A Bienal de Sharjah vai contar com uma série de grandes figuras internacionais, artistas como Steve McQueen, John Akomfrah, Isaac Julien, Cao Fei, Mona Hatoum, Michael Rakowitz e Carrie Mae Weems, Kader Attia e Wangechi Mutu, Hassan Hajjaj,  Kerry James Marshall e os artistas têxteis Ibrahim Mahama e Diedrick Brackens. 

Roger Waters ameaçado

O site Myrotvorets , com sede em Kiev , acusou o músico Roger Waters, membro fundador do grupo de rock Pink Floyd, de crimes “anti-ucranianos”. Essas supostas ofensas incluem a divulgação de “propaganda anti-ucraniana”, colaborando nos esforços para legalizar a anexação da Crimeia pela Rússia e desafiando a integridade territorial da Ucrânia.

Por mais de uma década, um grupo anónimo manteve um site listando nomes com endereços e números de telefone de indivíduos que eles chamam de “inimigos” da Ucrânia. Vários dos indivíduos listados acabaram sendo alvo de ataques, alguns dos quais foram mortos. Agora, o baixista do Pink Floyd  e notável crítico do papel da NATO na Ucrânia, descobre que foi adicionado à chamada lista de “matar”. O site exibe capturas de tela de uma entrevista que Waters deu à media russa em 2018, juntamente com informações gerais e comentários sobre a guerra na Ucrânia que o músico fez em entrevistas recentes. Cita os seus comentários sobre a Crimeia, o apoio do Departamento de Estado dos EUA ao golpe de Estado de 2014 na Ucrânia e a campanha de russofobia. O site também cita sua caracterização dos russos como “corajosos, firmes e inflexíveis”. 

Myrotvorets pede que “agências de aplicação da lei” intervenham contra Waters por seus “atos deliberados contra a segurança nacional da Ucrânia, contra a paz, a segurança humana e a lei e a ordem internacionais, bem como outras ofensas”. Na lista estão nomes de jornalistas, empresários e políticos, ucranianos e estrangeiros. Além de Waters, destacam-se Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria; Gerhard Schroeder, ex-chanceler alemão,  Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA e Bashar Assad, presidente da Síria. 

As  declarações de Roger Waters despertaram a ira da extrema direita ucraniana e seus patrocinadores: o imperialismo dos EUA e da NATO. O músico está atualmente apresentando “This Is Not a Drill”, a tournée onde “usa um extenso catálogo artístico para condenar a crueldade da elite dominante nos EUA  em todo o mundo. Praticamente todas as músicas condenam a guerra imperialista, o fascismo, o veneno do nacionalismo, a situação dos refugiados, as vítimas da opressão estatal, a pobreza global, a  desigualdade social, o ataque aos direitos democráticos e o perigo de aniquilação nuclear .”

CNN mente

  Uma declaração conjunta contra a Rússia sobre o conflito na Ucrânia, divulgada nesta quarta-feira (24), foi apoiada por apenas 58 países membros das Nações Unidas, ou menos de um terço dos 193 membros da organização. O Representante Permanente da Ucrânia nas Nações Unidas, Sergey Kislitsa, leu o documento para jornalistas na sede da ONU e nomeou todos os países que o apoiaram. A declaração critica as ações da Rússia e pede que pare imediatamente as operações de combate. Entre os signatários da declaração estão os países da União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido, Geórgia, Turquia, vários países asiáticos e latino-americanos.

As mentiras da CNN e da chamada imprensa liberal são clamorosas.

Papa Francisco

O Papa Francisco expressou condolências pela morte da russa Darya Dugina, chamando-a de "vítima inocente"."Penso na pobre menina que foi explodida por uma bomba colocada debaixo do banco do carro em Moscovo. Os inocentes pagam o preço da guerra", disse o pontífice nesta quarta-feira numa audiência coletiva, segundo a agência de notícias ANSA.Francisco disse que voltou seus pensamentos para a Rússia e a Ucrânia naquele dia. "Rezo para que ela, a Mãe de Deus, olhe para esses dois amados países e os leve à paz. E condenou aqueles que ganham dinheiro vendendo armas. "Eles (os traficantes de armas - TASS) são criminosos que matam a humanidade", observou o papa, lembrando outros conflitos, incluindo os do Iêmen e da Síria.

Mussunda N´zombo

Mussunda N´zombo nasceu a 25 de Março de 1973, em Luanda. É formado em relações internacionais. Mas, entra no mundo artístico a partir da dança coreográfica em meados dos anos 80, acompanhado pela moda. Em 1990, emigra para Portugal e posteriormente para França, e depois de algum tempo acaba por fixar-se na Alemanha onde viveu quase 20 anos.  

É neste circuito artístico-cultural frenético que nasceu Miguel Prince, aka Mussunda N`zombo. Com o seu regresso a Luanda, passou a colaborar em diversos projetos, com vários artistas angolanos, entre os quais se destacam Kiluanji Kia Henda, Yonamine, Thó Simões, Angel Yhosnanni, Paulo Azevedo, Mwamby Wasssaky, Luís Damião e Dom Ruelas. É um artista de performance muito consistente. E um amigo.

A imagem

 Um mundo caótico. A imagem de uma guerra civil larvar. Do império parasita a ruir embora ainda controle o sistema financeiro mundial. The Great Reset é agora a grande narrativa.  

Revistas

 

Pirem-se...

 A Embaixada dos EUA pediu aos cidadãos americanos para abandonarem já a Ucrânia usando agora opções de transporte terrestre disponíveis, se for seguro fazê-lo", diz um comunicado no site da missão diplomática. Segundo o comunicado, o Departamento de Estado dos EUA "tem informações de que a Rússia está intensificando os esforços para lançar ataques contra a infraestrutura civil da Ucrânia e instalações governamentais nos próximos dias".

Do Right Things

Roger Waters, Chip Gibbons, Joe Lauria & Max Blumenthal: Do the Right Thing (Faça as Coisa Certas), Merrick Garland. Lutar por Julian Assange. Juntem-se as vozes de esquerda.
 

Ténis Virgil Abloh

Uma coleção de 200 pares de tênis Louis Vuitton e Nike Air Force 1 projetados por Virgil Abloh foi vendida em leilão por 25 milhões de dólares. Os números de vendas superaram em muito o valor que a Sotheby's esperava que os tênis vendessem, com lances em cada par a partir de US$ 2.000. Em média, os tênis foram vendidos por mais de US$ 100.000 por sapato, com o mais barato faturando pouco mais de US$ 75.000. O par vendido por 350.000 dólares fazia parte da coleção masculina primavera-verão 2022 da Louis Vuitton. 

Bjork

Björk confirmou que vai lançar um novo álbum ainda este ano. O álbum, intitulado Fossora , é a continuação do Utopia de 2017. Björk falou longamente sobre o álbum numa nova entrevista ao The Guardian . Descreveu o novo projeto como “um álbum pacifista e idealista com flautas, sintetizadores e pássaros”.
 

E os direitos laborais?

"No meio do conflito atual, de alguma forma o Conselho Nacional de Zelensky para a Recuperação da Ucrânia da Guerra encontrou tempo para trabalhar no desmantelamento das estruturas de negociação colectiva no país e minar os direitos dos trabalhadores. No entanto e sempre que a Ucrânia eventualmente emergir do conflito, parece certo que os trabalhadores ucranianos terão menos direitos e proteções legais. O advogado trabalhista ucraniano George Sandul disse ao site OpenDemocracy que o “objetivo final” do projeto de plano de reconstrução era uma “distopia no estilo Mad Max”, onde “todo mundo negociará por conta própria, sem regras” (Naked Capitalism).

É assim

 "Não se pode controlar os povos pela força mas pode-se distrai-lo pelo consumismo" ( Noam Chomsky)

Sanna Marin

A primeira-ministra finlandesa Sanna Marin encontra-se envolvida num bizarro "escândalo" alimentado por alguns tabloides depois que vários vídeos da chefe de Estado de 36 anos vazaram, mostrando-a recentemente festejando com amigos e celebridades locais. A oposição acusou-a de comportamento "inapropriado" para alguém no mais alto cargo do país. Entretanto fez uma despistagem de drogas.

Revistas

 

Elon Musk

 "Existe alguma coisa que você não acreditaria que ele disse ou fez? O homem tem mais dinheiro do que alguns países, mais seguidores no Twitter do que as Kardashians e senso de humor de um menino de 13 anos". (The Verge)

Um homem confiável

A CNN geralmente não é o lugar para onde procurar a verdade, certamente não sobre a política externa dos EUA, mas recentemente o apresentador Richard Quest convidou o professor da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs, que disse que a única resolução para a crise na Ucrânia será um acordo negociado que deixa a Ucrânia neutra e não permita que nem a Rússia nem os Estados Unidos a controlem. "A  abordagem de armas e sanções dos Estados Unidos pode parecer convincente na câmara de eco da opinião pública dos EUA, mas não funciona realmente no cenário global. Goza de pouco apoio fora dos Estados Unidos e da Europa e, eventualmente, pode enfrentar uma reação política dentro dos EUA e da Europa também. Os EUA gostam de dizer que a NATO é uma aliança puramente defensiva, mas Rússia, China e outros pensam o contrário. Eles olham de soslaio para o bombardeio da NATO na Sérvia em 1999, as forças da NATO no Afeganistão durante 20 anos após o 11 de setembro e o bombardeio da NATO na Líbia em 2011, que derrubou Gaddafi. Os líderes russos vêm se opondo ao alargamento da NATO para o leste desde que começou em meados da década de 1990 com a República Tcheca, Hungria e Polônia. É notável que, quando Putin pediu à NATO para interromper sua expansão para a Ucrânia, Biden se recusou a negociar com a Rússia sobre o assunto".

Sachs amplamente reconhecido por estratégias eficazes para enfrentar desafios complexos, incluindo a fuga da pobreza extrema, a batalha global contra as mudanças climáticas induzidas pelo homem, a dívida internacional e as crises financeiras, as reformas econômicas nacionais e o controle de doenças pandêmicas e epidêmicas. É Diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, onde ocupa o posto de Professor Universitário, o mais alto grau acadêmico da universidade. Sachs foi diretor do Earth Institute na Columbia University de 2002 a 2016. Ele é Presidente da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Presidente da Lancet Comissão COVID-19, Co-Presidente do Conselho de Engenheiros das Nações Unidas para a Transição Energética, Comissário da Comissão de Banda Larga das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Professor Honorário de Desenvolvimento Sustentável na Universidade Sunway, acadêmico da Pontifícia Academia de Ciências Sociais no Vaticano, e um defensor dos ODS para o secretário-geral da ONU, António Guterres. Foi Assessor Especial dos Secretários-Gerais da ONU Kofi Annan (2001-7), Ban Ki-moon (2008-16) e António Guterres (2017-18). 

"As sanções são uma grande parte da estratégia dos EUA. Provavelmente não derrotarão a Rússia, mas  imporão altos custos em todo o mundo. Na melhor das hipóteses, eles podem empurrar a Rússia para um acordo de paz e, portanto, devem ser implantados em conjunto com um impulso intensivo para uma paz negociada", afirmou.

Issey Myake (1938-2022)

Vocês são o produto

"A financeirização de tudo significa a mercantilização total da própria Vida. Em seu último livro,  No Cosas- Quiebras del Mundo de Hoy  (em espanhol, ainda sem tradução para o inglês), o principal filósofo contemporâneo alemão (Byung-Chul Han, que é sul coreano), analisa como o capitalismo da informação, diferentemente do capitalismo industrial , converte também o imaterial em mercadoria: “A própria vida adquire a forma de mercadoria (…) desaparece a diferença entre cultura e comércio. Instituições de cultura são apresentadas como marcas lucrativas.” A consequência mais tóxica é que “a total comercialização e mercantilização da cultura teve o efeito de destruir a comunidade (…) Comunidade como mercadoria é o fim da comunidade”.

De acordo com Byung-Chul Han, uma das mais inovadoras vozes filosóficas surgidas na Alemanha, o Ocidente está a tornar-se uma sociedade do cansaço. O filósofo tece duras criticas ao neo-liberalismo. A sociedade disciplinar foi substituída pela sociedade  do desempenho. A ideia de mundo polarizado, o discurso da positividade, consolidou-se em 2001.É o oposto da discurso da sociedade disciplinar de Foucault que produz loucos e delinquentes e a do desempenho produz depressivos e fracassados. Os defensores do desempenho, da ideia do sujeito substituído pelo projeto sabem um pouco de tudo mas não de forma aprofundada. A violência da nossa sociedade é neural. Os trabalhadores incorporaram a produtividade. A ideia de sujeito substituído pelo projeto.  Do trabalhador por empreendedor. Internet faz com que sejam cidadãos passivos. Ensaista do mundo contemporanea. Os likes nas redes sociais. Os donos das redes, a estratégias pensadas. voce é o produto.

 

Kissinger

Henri Kissinger numa entrevista à revista alemã Der Spiegel: "Na questão da Ucrânia, um aspeto do problema militar é que dois grupos nucleares estão travando uma guerra convencional no território de um terceiro estado, que, é claro, tem muitas armas nossas. Mas legalmente, um ataque a Taiwan colocaria a China e os Estados Unidos num conflito direto desde o início". Vale a pena ler esta entrevista.

Balenciaga

Balenciaga Show Winter 22 Collection. Shows como esses mantêm a moda viva. não é apenas uma declaração, é uma mensagem. Arte subversiva. O diretor criativo, Demna Gvasalia é genial.

Camille Henrot

 

 A artista francesa Camille Henrot explora temas e inspirações tão diversas como o filme etnográfico, o zootrópio (um dispositivo de animação pré-filme do século 19 que produz a ilusão de movimento), linhas telefônicas diretas e ikebana (a arte japonesa de fazer arranjos florais ). Nascida em Paris em 1978, Henrot estudou animação cinematográfica na École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs antes de passar breves períodos auxiliando o artista de media mista Pierre Huyghe , trabalhando em publicidade e fazendo videoclipes. Agora sediada em Nova Iorque, produz obras atraentes numa variedade de medias, incluindo filme, escultura, instalação e pintura. Está na galeria Hauser & Wirth.

Kissinger avisa

 O ex-secretário de Estado Henry Kissinger disse numa nova entrevista que a diplomacia moderna dos EUA é “muito sensível à emoção do momento”. Considera que o período atual tem uma grande dificuldade em definir uma direção". Kissinger disse ao The Wall Street Journal que a liderança dos EUA está focada em condenar ideias com as quais discorda, em vez de negociar e se envolver com o pensamento dos adversários. Também alertou contra o que vê como um desequilíbrio no equilíbrio de poder internacional, à medida que as tensões entre os EUA e outras potências mundiais, Rússia e China, aumentam. “Estamos à beira da guerra com a Rússia e a China em questões que criamos em parte, sem nenhum conceito de como isso vai acabar ou ao que deve levar”, disse Kissinger, acrescentando que os EUA devem “não acelerar as tensões e criar opções”.

China pode

 

Global Times

@globaltimesnews

China state-affiliated media

#GTVoice: China can calmly decide how to punish Pelosi based on the investigation results, striking precise blows step by step and making Pelosi fully feel the lasting pain and loss of Chinese sanctions.

Roger Waters

Concerto no Ohio há dois dias. Ataques aos presidentes dos Estados Unidos criminosos de guerra. Defesa da Rússia e da China. Muito aplaudido. Roger Waters é um herói. 

Tiro pela culatra?

  "É melhor que o FBI tenha algo "pulverizante" sobre Trump, porque senão acabamos de testemunhar uma das jogadas mais idiotas da história da política .Chegamos ao estágio da história americana onde tudo o que vemos nos noticiários deve primeiro ser entendido como teatro político. Em outras palavras, a camada de mensagens de notícias agora quase sempre domina a narrativa factual, com a última muitas vezes relatada de forma tão pouco confiável que, de qualquer maneira, não tem sentido. O conto sensacional de ontem do FBI invadindo a casa do ex-presidente Donald Trump em Mar-a-Lago não é diferente.

A partir de agora, é impossível dizer se a suposta ofensa de Trump foi grande, pequena ou intermediária. Mas isso com certeza é uma grande história , e sua imensidão se estende em várias direções, incluindo o extraordinário risco político inerente à decisão de executar o ataque. Se sair pela culatra, se por trás dessa ação não houver uma ação muito substancial ali , o governo Biden apenas pegou a força policial mais respeitável do mundo e a transformou na versão americana do Tonton Macoute em rede nacional. Podemos estar olhando simultaneamente para a jogada política mais idiota e inadvertidamente destrutiva da história recente deste país".

(Matt Taibbi-Substract)

A imagem

O mundo Cecilia Vicunia, Leão de Ouro na Bienal de Veneza. "Acho que todos podem ter visões. Uma visão é como uma imagem que aparece na alma, na mente. Não sabemos onde residem, mas sabemos que nossos cérebros evoluíram por milhões de anos para lidar com a imagem e o som em palavras que não entendemos, que são tão complexas que nenhum computador jamais será capaz de decifrar a maneira extraordinária como nos relacionamos com essas visões interiores". 
 

Viver na rua

Nova Iorque, o fim da pandemia e a inflação elevaram os preços dos aluguéis em 33%. Muitos inquilinos não podem mais pagar a renda. Os despejos e os sem-teto estão aumentando, assim como os protestos por moradia decente e acessível.

De Santis

 "A corrida presidencial de 2024 começa a tomar forma”, declarou a NPR esta semana, parte de uma chuva de cobertura inicial. A oitocentos dias da votação, o maior exército analítico do mundo já está trabalhando em todos os ângulos da história da eleição, exceto um:  a sua própria influência no resultado. A imprensa vai eleger Donald Trump novamente. Eles fizeram isso uma vez, tentaram novamente quatro anos depois, e agora estão caçando pela terceira vez. Eles o odeiam, mas continuam fazendo favores a ele, sendo o mais recente uma tentativa de matar o seu maior rival primário. Os especialistas estão tentando matar De Santis com elogios" (Matt Taibbi)

A imagem

"O anjo da menstruação" da artista chilena Cecilia Vicuna. Artista visual, poetiza, ativista politica, esta  criativa mulher está radicada em Nova Iorque desde 1980.  A sua prática abrange ações de rua, filmes, pintura, escultura, poesia e performance, usando métodos feministas e sociológicos e cultura e materiais indígenas para resistir ao capitalismo e romper o colonialismo. 

Uma mulher de fibra. Tive o prazer de a conhecer.    
 

Danos Colaterais

"O preço dos danos colaterais. O Banco Central do Afeganistão embolsou míseros  US$ 40 milhões  em dinheiro como “ajuda humanitária” logo após aquele míssil Hellfire R9X lançado de uma sacada em Cabul. Então esse foi o preço da operação Al-Zawahiri, intermediada pela agência de inteligência paquistanesa atualmente alinhada aos EUA, a Inter-Services Intelligence (ISI). Tão barato. O drone  MQ-9 Reaper que descolou de uma base dos EUA no Golfo Pérsico, atravessando o Mar da Arábia e sobrevoando o Baluquistão para entrar no Afeganistão pelo sul. Os americanos também podem ter recebido inteligência humana como bônus. Um acordo de 2003, segundo o qual Islamabad facilita corredores aéreos para voos militares dos EUA, pode ter expirado com o desastre da retirada americana  em agosto passado, mas sempre pode ser revivido.

Ninguém deve esperar uma investigação profunda sobre o que exatamente o ISI – historicamente muito próximo dos Talibãs – deu a Washington numa bandeja de prata.

Negócios desonestos. Sugestão para um telefonema intrigante na semana passada entre o todo-poderoso chefe do Estado-Maior do Exército paquistanês, general Qamar Javed Bajwa, e a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman. Bajwa estava fazendo lobby para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) liberasse um empréstimo crucial o mais rápido possível, caso contrário, o Paquistão deixará de pagar sua dívida externa. Se o ex-primeiro-ministro deposto Imran Khan ainda estivesse no poder, ele nunca teria permitido aquele telefonema.

A trama se complica, à medida que a Cabul de Al-Zawahiri num bairro chique é de propriedade de um conselheiro próximo de Sirajuddin Haqqani, chefe da rede “terrorista” (definida pelos EUA) Haqqani e atualmente ministro do Interior do Talibãs. A rede Haqqani, desnecessário acrescentar, sempre foi muito acolhedora com o ISI. E então, três meses atrás, tivemos o chefe do ISI, tenente-general Nadeem Anjum, reunido com o conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, em Washington – supostamente para colocar sua antiga máquina conjunta, secreta e antiterrorista de volta aos trilhos. Mais uma vez, a única questão gira em torno dos termos da “oferta que você não pode recusar” – e isso pode estar ligado ao alívio do FMI. Nessas circunstâncias, Al-Zawahiri foi apenas um dano colateral insignificante". (Pepe Escobar)

Revistas

 

AMLO desafia o império

"À medida que o compromisso do governo mexicano com a independência energética se choca com os interesses financeiros dos EUA, o presidente Manuel López Obrador ameaça colocar a soberania acima do acordo comercial do USMCA. Os EUA não estão apenas lutando (e para todos os efeitos perdendo) uma guerra por procuração contra a Rússia na Ucrânia, enquanto aumentam as tensões com o seu maior rival geoestratégico, a China; também está presa num jogo de risco econômico com seu segundo maior parceiro comercial, o México, que poderia, num cenário de caso extremo, acabar por quebrar o Acordo Comercial EUA-México-Canadá (USMCA) apenas quatro anos após sua inauguração. A última escalada ocorreu em 20 de julho, quando a representante comercial dos EUA, Katherine Tai, revelou que os EUA solicitaram consultas de solução de controvérsias com o México sob o USMCA sobre supostas violações do acordo comercial na esfera da energia. A notícia veio poucos dias depois que o presidente mexicano Andrés Manuel Lopez Obrador, ou AMLO, se reuniu com o presidente Joe Biden para discutir interesses políticos compartilhados. Em sua declaração, a Embaixadora Tai acusou o governo do México de obstruir o funcionamento de empresas privadas, nomeadamente no setor das energias renováveis; na importação, exportação e armazenamento de combustíveis e energia elétrica, bem como na construção e operação de postos de combustíveis.

"Mesmo que [os EUA] sejam o mercado mais importante do mundo, se ter acesso a esse mercado significa abrir mão da soberania, não aceitamos. Não entregaremos nossa independência a nenhum governo estrangeiro”, disse AMLO, acrescentando que tal ruptura não ocorrerá, pois não é do interesse de nenhum país. Mas, como o colaborador da Jacobin Kurt Hackbarth observou em um tweet, a ameaça implícita está lá."  (Via Naked Capitalism)

Tom Waits

O sudoeste americano está morrendo, sem água. "Desde os primeiros dias deste local, identificamos a água potável como o primeiro recurso natural importante que estaria sob stress. A escassez no Sudoeste demonstra o que está definido para muitos lugares que há muito têm problemas de abastecimento de água, como a Austrália. O grande sudoeste americano está com problemas, problemas reais". Do artigo publicado Desert Sun..." 

Depeche Mode

Depeche Mode - "It's No Good" directed by Anton Corbijn. Original song from the 'Ultra' album (Reprise - 1997).

Brian Eno

Brian Eno anunciou o lançamento de seu primeiro álbum solo em cinco anos, ForeverAndEverNoMore. Um disco a ser lançado em 14 de outubro, no qual podemos ouvir o ex-colaborador de David Bowie cantar pela primeira vez desde o lançamento do álbum Another Day on Earth . 

Jon Hopkins, Leo Abrahams e Roger Eno vão acompanhá-lo neste trabalho, construído de acordo com um comunicado de imprensa em torno do tema da crise climática. Brian Eno nos oferece para a ocasião um single, o monolítico There Were Bells , que aparecerá neste novo trabalho. 

Qual a diferença?

 "Para os políticos e a media, a grande questão parece ser: estamos tecnicamente em recessão ou não? Para os milhões de pessoas que lutam, a pergunta é: qual é a diferença?...Os americanos estão se afundando cada vez mais em dívidas para manter suas cabeças acima da água. A dívida das famílias está aumentando e 43% dos americanos esperam cair ainda mais nos próximos meses, a maior parte graças a hipotecas cada vez mais caras, mas a maior parte por meio de cartões de crédito. Para muitos, é a única maneira de pagar o tratamento para problemas de saúde e médicos, que, juntamente com o sistema de saúde americano disfuncional e dominado por seguros corporativos que continua sem reforma, deixou cem milhões de americanos com algum tipo de assistência... Portanto, pergunte se os números apontam para uma recessão ou não. Mas qualquer que seja a resposta, milhões de pessoas ainda estarão se afundando em dívidas, lutando para pagar o aluguel e pulando refeições para alimentar seus filhos. Melhor perguntar em vez disso, o que o governo pode fazer sobre isso?" (Branko Marcetic-Jacobin)