Voltei a reler, após duas décadas, El Aprendizaje de la Decepción do escritor espanhol Félix de Azúa. Trata-se de um livro de ensaios sobre a morte da arte, editado em 1989. Esqueçam esta capa que é péssima. No prólogo, o autor diz que as figuras que encarnam a opinião "...não são exactamente pessoas, mas sim produtos". Por isso pouco importa o que faz ou deixa de fazer um político, o que escreve um escritor, o que projecta um arquitecto, o que gestiona um banqueiro...na medida em que eles mesmos são o verdadeiro produto. Se está favor ou contra isto ou aquilo, mas parece supérfluo explicar porquê. Dá-se como adquirido que Siza é um grande arquitecto, Meryl Street uma grande actriz, Lobo Antunes um grande escritor, Brodsky um grande poeta, Mitterrand um grande político. Não interessa ouvir as explicações de quem diga que não é assim. Qualquer meio de comunicação ou qualquer partido político ou qualquer indivíduo em público ou privado, pode sustentar "ideias" ou gostos (slogans) totalmente opostos entre si no prazo de uma semana sem necessidade de justificar a mudança e sobretudo-o que é surpreendente-, sem que por isso se vejam desqualificados ou que lhes sejam pedidas contas. A obra de Azúa está perfeitamente actual.
adios amigos
Há 9 anos
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