"Os europeus não devem esperar grande coisa da França que está igual ao que era nos anos 30", afirmou
André Glucksmann numa entrevista ao
El País. Desiludido com as declarações oportunisticamente racistas de
Sarkosy, pensa votar em branco.
Hollande e o seu maniqueismo, jamais. " Parece um pequeno funcionário da ONU, não diz absolutamente nada sobre a actualidade mundial. Acredita que a globalização é um desastre porque obrigou a França a fechar algumas indústrias". Quanto às frentes, a da extrema direita de
Le Pen e a da esquerda de
Melanchon, diz que são profundamente provincianas.
De certa maneira identifico-me também com as posições do polémico documentarista
Pierre Carles. Fez um filme sobre os processos de manipulação dos grandes medias franceses,
Les Nouveau Chiens de Garde, baseado em arquivos e análises que mostram como os jornais em geral se inclinam para os mesmos candidatos. Há na imprensa uma lógica de entretenimento. "Só quero sublinhar que
Sarkozy e
Hollande são candidatos do sistema", diz
Pierre Carles. Nascido em 1962 começou na televisão como realizador e saiu depois da sua reportagem sobre uma falsa entrevista de Patrick Poivre a Fidel de Castro não ter ser sido difundida. Provou a impostura da imagem e censuraram-no. A impertinência do seu trabalho pautado pelo afã de denunciar os estreitos laços entre jornalistas e políticos incomodou muita gente ligada ao poder estabelecido da corrupta França. Convém não esquecer quem são os principais accionistas do
Le Monde e do
Libération e os donos das empresas de sondagens.
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