quarta-feira, 18 de abril de 2012

Um barco que se afunda


Em Maio de 2010, o economista Gary Becker (Prémio Nobel da Economia 1992 e professor da Universidade de Chicago) afirmou que a União Europeia tinha um problema de crescimento agravado com a rigidez das economias. " É preciso ter as dívidas sob controlo, introduzir mais reformas nos seus sistemas sociais e no mercado de trabalho". Comparando com os Estados Unidos onde há "maior flexibilidade de trabalho, regulamentos pouco invasivos, um estado social mais pequeno, uma taxa mais elevada de nascimentos, uma mais rápida integração dos emigrantes na economia geral, maior encorajamento para começar novos negócios, maior competividade e outras vantagens", a Europa parece ter chegado a um beco sem saída. Paul Krugman, supostamente neo-keineseano, referiu-se também há dias num artigo do New York Times ao "suicídio económico da Europa que persiste teimosamente em ideias falidas". Coloca a Espanha no epicentro da crise que vive uma recessão "comparável à da USA no tempo da Grande Depressão". Como sair disto? "O melhor será talvez os países abandonarem o euro e restaurarem as suas moedas nacionais. Os líderes europeus parecem empenhados em empurrar as economias para o abismo e o mundo inteiro pagará o preço".
Concordo. Tudo está mal desde o início. Não interessa se os governos são socialistas ou do centro direita. Quem defende que se François Hollande ganhar as eleições em França as coisas vão mudar está a fazer politiquice barata e desonesta ou então a resvalar para um mundo de fantasia. Julgo que Mário Soares, atendendo ao conteúdo dos artigos que publica, se encaixa mais no primeiro caso.

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