segunda-feira, 28 de maio de 2012

Alexandria


Reportagens em barda, conversas carregadas de esperança revolucionária sobre a primavera árabe de que a praça Thrarir era o símbolo. Nunca acreditei. Não se mudam as mentalidades quando há uma religião como a islâmica tão entranhada. Vão-se defrontar na segunda volta das eleições presidenciais egípcias o candidato próximo dos militares e o homem da Irmandade Muçulmana. Entre um e outro, o diabo que escolha. Hoje, a mítica Alexandria da biblioteca e de Lawrence Durrell tornou-se o centro do fundamentalismo salafita. Como é que reagiria o autor do Quarteto de Alexandria, um romance em busca da iluminação, se fosse vivo? "...Drifting idly down those remembered streets once more I drank in (forever keepsakes of the Arab town) the smell of crushed chrysanthemums, ordure, scents, strawberries, human sweat and roasting pigeons...", descreve o escritor britânico.

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