sexta-feira, 3 de março de 2017

Estilo Radical

Geórgia O'Keeffe foi uma figura importante da arte americana moderna que sempre se manteve fiel à sua visão original. Desenvolveu um vocabulário formal forte, tanto dentro como fora da tela. Na exposição Georgia O'Keeffe: Living Modern, que está no Brooklyn Museum of Art, vemos além das pinturas e dos desenhos, algumas peças chave do seu guarda-roupa que ela meticulosamente cuidou ao longo da vida. Nascida num mundo vitoriano severo, aderiu a ideais progressistas desde cedo, alinhando-se com os princípios do Movimento de Artes e Ofícios. Foi atraída pela a ideia de que cada objecto que escolhemos para viver deve reflectir uma visão individual e unificada. Partilhou duas casas, uma em Nova Iorque e outra no Novo México, com Alfred Stieglitz. As muitas fotografias que foram tiradas de O'Keeffe ao longo das décadas traçam a evolução da sua imagem, mas também chamam a atenção para as formas e coerência de estilo. Sempre usou roupas soltas dentro do preto e branco. Gostava de lã, algodão e seda. De fibras orgânicas. Depois de Stieglitz morrer em 1946, mudou-se para o Novo México e mudou para um guarda-roupa mais regional. Começou a usar jeans de ganga, camisas brancas e chapéus de feltro branco do tipo gaúcho. Também aderiu à cor. Particularmente depois da Segunda Guerra Mundial, o preto parecia bastante sombrio e os Estados Unidos ficaram coloridos, as mulheres ficaram coloridas e ela também. Comprou quatro vestidos Marimekko por volta de 1950. E foi no Novo México que criou o estilo embrulho que se tornou uma moda. O seu designer favorito era Claire McCardell. Mas criou a sua versão radical no mundo da moda.

Sem comentários: