Bobby Sheenan
Joey Arias
Estive 13 dias em Nova Iorque e recargar baterias, só assim consigo suportar a deprimente mediocridade do país que me calhou na rifa. A cidade continua fervilhante, sorridente, criativa, optimista e sedutora. Apanhei o Festival de Cinema da Tribeca já na recta final, mas ainda consegui ver Arias with a Twist: The Docupantasy, um filme de Bobby Sheehan que explora a dinâmica relação profissional entre o lendário Joey Arias que se tornou um ícone no universo drag queen em meados dos anos 70, e o marionetista Basil Twist. Pelo meio surgem depoimentos de figuras das artes, do jornalismo e da moda como Ann Magnuson, Kenny Sharf, Michael Musto e Tierry Mugler.
Assisti a inúmeras perfomances de Joey Arias no Bar d`O, um cabaret da West Village entretanto desaparecido, no papel de Joan Crawford, Billie Holiday e Marlene Dietrich. Depois de um longo afastamento em Los Angeles onde participou em alguns filmes, regressou a Manhattan. Em 2009 actuou em Berlim para uma multidão de 500 mil pessoas na The Christopher Street Gay Parade.
Quanto ao realizador, depois de uma consolidada carreira de fotógrafo na área da moda e dos vídeo-clips da cena punk, produziu e realizou alguns filmes independentes, sendo de destacar My Name is Nigel Cook que é uma sátira a Hollywood. Bobby Sheehan, que pertenceu à entourage de Andy Warhol, manteve uma interessante conversa com o público depois da apresentação do filme onde se referiu ao tempo em que o dinheiro e o marketing não tinham a mínima importância nos circuitos do underground nova-iorquino. Aludiu ainda à dificuldade em fazer circular o filme no mercado. Porque não no Festival do Estoril? Aqui fica uma sugestão ao Paulo Branco.
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