É uma figura de culto, especialmente nos Estados Unidos. Recebeu elogios de Kurt Cobain e, mais recentemente, Jack White apareceu na televisão londrina com o nome de Billy gravado no braço. Este inglês (1959) com uma vida levada da breca já fez mais de duas mil pinturas, editou perto de cem discos, publicou quatro romances e inúmeros livros de poesia. Alcoólico desde os doze anos parou de beber aos trinta, mas agarrou-se a outros produtos que agravaram as suas neuroses. Tentou o suicídio, cortava-se com giletes mas nunca deixou de produzir as suas coisas. Em 1977 mergulhou na cena punk que se ajustava perfeitamente à sua angustiada rebeldia, tendo mesmo gravado um album com os Ramones. Viveu uma relação tumultuosa e promíscua com Tracey Emin, agora uma artista premiada pelo sistema contra o qual se insurgiam. Ela vendia as poesias dele nas ruas e com o dinheiro obtido embebedavam-se até cair. Ao fim de uns anos de loucuras, separaram-se. Foi Billy Childish que a incitou e escrever e a pintar. Lamenta agora vê-la envolvida num arte que é "lixo" e a fazer parte do espectáculo mediático. Fundador do movimento stuckist, lança manifestos críticos a desancar nos falsos "artistas" como Damien Hirst e outros escravos do mercado.
Billy Childish não é um génio da música ou da pintura. Nada disso. Mas aprecio gente assim que não busca os holofotes ou, num contexto mais pequenino, dar-se bem na vidinha.
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