sexta-feira, 18 de junho de 2010

David Salle

Acho que David Salle continua a fazer o mesmo que fazia no início da década de 80 quando se tornou uma celebridade. Estive na abertura da sua exposição que encerra no dia 26 de Junho. Continua a trabalhar com Mary Boone, a polémica galerista que abriu o seu primeiro espaço no 420 da West Broadway. Começou por apresentar jovens artistas americanos como Julian Schnabel, David Salle, Ross Bleckner, Robert Longo e depois abriu as portas aos alemães Baselitz e Kiefer que, juntamente com os italianos da transvanguarda invadiram Nova Iorque numa insólita operação da painting is back. Apesar do lado frívolo das inaugurações regadas a champanhe francês e da sua famosa colecção de sapatos de tacões agulha, revelou-se uma talentosa business-woman. Introduziu a sofisticação no Soho que se tornou um dos bairros mais chiques e caros de Manhattan. Soube tecer os fios do negócio e impor o estilo do sold out que se traduzia no aguçar do apetite dos coleccionadores pelo objecto desejado. Dotada de imenso charme contribuiu para que o chamado movimento neo-expressionista se impusesse como tendência, capitalizando a necessidade de renovação depois do cansaço da linguagem minimal e conceptual. Entretanto surgiram os anos 90 e as carreiras destas vedetas das artes plásticas esmoreceram. O meu interesse por Salle também esmoreceu. Ou melhor, desapareceu.

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