Uma musical de épocas e estilos encerrou os Jogos Olímpicos de Londres. O colorido e o brilho da lantejoula dominaram a cerimónia marcada por um cunho declaradamente kitsch. Não sou fã da música pop britânica. Depois dos Beatles, Rolling Stones, Jimmy Page e David Bowie safam-se os Clash, Radiohead, Verve, Portishead e poucos mais. Houve uma tentativa de renascimento cultural na década de 90 com o movimento Cool Britannia onde se destacavam nomes da música, da moda, da arte e da literatura. Eram os Oasis (Live Forever), amigos de Tony Blair, e escritores como Irvine Welsh (Trainspotting e Ectasy), James Kellman (How Late it was) e Damien Hirst com os seus animais mortos flutuando em formol que cultivavam um novo modelo de agressão social, busca de sucesso e descarado individualismo. Depois do endeusamento das drogas duras veio o terrorismo dos tablóides. Não se tratava de contra-cultura (isso é um fenómeno americano), mas de cultura para consumo. A cultura envolvida com a indústria é sempre um negócio difícil, sobretudo quando os alinhamentos ocorrem entre políticos e artistas. Em 1998, o ministro trabalhista da cultura Chris Smith lançou Creative Britain, um livro com uma capa desenhada pelo bad-boy Damien Hirst.
Incrível. Até o tributo à british fashion, organizado por Lucinda Chambers, a directora de moda da Vogue inglesa, me pareceu mal concebido e piroso. Desfilaram Kate Moss num vestido dourado de Alexander McQueen, Naomi Campbell, Lily Donaldson e outras top-models inglesas. A música era de David Bowie que não pôs lá os pés, preferiu ficar na sua casa da Tribeca. Em Nova Iorque, claro.
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