O economista francês
Jacques Sapir escreveu um artigo muito interessante sobre o equívoco que é a União Europeia desde o processo da sua construção. A crise das dívidas e a crise da competitividade são coisas distintas que não se devem confundir. Analisando os desentendimentos na UE diz que a atitude alemã foi de fazer concessões sobre a crise da dívida para evitar uma tempestade financeira e recusar qualquer concessão sobre a crise de liquidez. Considera que a crise da dívida é um problema colectivo enquanto a crise da competitividade só se deve aos estados. "Out of power, out of altitude and out of idea", actualmente poucos são os que acreditam na União Europeia. Sondagens efectuadas entre Junho e Novembro, mostram a perda de confiança dos cidadãos neste projecto que já vem coxo desde o tempo dos "pais fundadores". Os discursos dos europeístas revelam-se cada vez menos eficazes, como a teoria de que a união teria evitado conflitos.
Jacques Sapir, um especialista da economia russa e das questões estratégicas que se situa à esquerda da esquerda, considera tais argumentos falsos. Recorda que a UE foi incapaz de impedir a guerra nos Balcãs que só se resolveu graças à intervenção da NATO. Historicamente os dois acontecimentos maiores, que são a reconciliação franco-alemã e a queda do muro de Berlim, também não são produto da União Europeia que só veio provocar uma subida de tensão entre os povos. Fomentar o ódios dos gregos, espanhóis e portugueses aos alemães e até mesmo dentro dos próprios países, veja-se o que está a acontecer com os independentistas da Catalunha e da Bélgica. E a radicalização das opiniões públicas a curto prazo. Para já, conclui, é preciso acabar com o euro.
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